Algumas poucas semanas depois e lá estava o quarteto de novo. Mais um final de semana na casa de praia de Alvinho. Dessa fez MaGá já tava mais tranquilo, mas em partes. Ele pensou que já que rolo a primeira, se ela veio, é porque vai rolar a segunda. Mas ele tava meio nervoso ao mesmo tempo, não sabia como agir. Era tão obvio que rolaria de novo que as coisas estavam se complicando na cabeça dele. Além disso, os pais de Alvinho estariam de novo na casa.
“Como faço? É só chamar pro quarto? Isso é óbvio! Faço no silêncio igual Alvinho? Vou conseguir? Aff!”
Depois da primeira vez meio conturbada e da cabeça de vento que esqueceu a camisinha, os dois resolveram se prevenir e comprar camisinhas antes. Alvinho estava com vergonha de entrar na farmácia e pedir
- Vai lá, compra umas camisinhas. – diz Alvinho.
- Qual foi? Vergoinha alheia? Hahaha – perguntou MaGá, não acreditando no que via.
MaGá já era o oposto, não via a hora de entrar na farmácia, escolher algumas camisinhas. De preferência de vários tipos, e com um sorrisão no rosto, pagar por elas. Não via hora de ser um usuário.
- Ok. Vou lá! – então entrou MaGá na farmácia.
Com um sorrisão no rosto foi pra parte onde tinha camisinhas, ficou encantado. Tudo que é tipo, ele nem fazia ideia de tantas variedades. Além das de Sabores; Lubrificada, Prazer prolongado, Sensitve, Ultra Sensitive (Mais?!), Hot (Ui!), Formato estimulador pra mulher (Humn!), Anel Vibrador (Até isso brutus?!) e por ultimo e não menos louco, Espermicida (Killer!). Essa ultima deixou MaGá pensativo por um tempo.
“Se objetivo é evitar doenças e gravidez indesejada, não é atestado de incompetência?! Que se dane, não é hora pra ser papai mesmo, mais ajuda melhor!”
- Quer ajuda? – perguntou uma funcionária.
Nesse momento, certo; MaGá fico meio constrangido. Ajuda pra escolher camisinha parece atestado de juvenil. Mas tentou ele, sair pela tangente.
- É... Precisa não, to vendo as novidades. Vou levar uma de cada. Aceito a ajuda pra levar. – disse com um sorrisão no rosto. Alvinho estava pagando mesmo.
No caixa, MaGá já reparou alguns olhando. Agora entendia a “vergoinha” de Alvinho. Além de reparar nos outros da fila, reparou num sorrisinho sacana da caixa. MaGá ficou se sentindo.
“É! Sou o carinha das camisinhas! Hahaha...”
Já do lado de fora, Alvinho levou um susto.
- Porra, depois da primeira vez tu se empolgou mesmo hein! Quer ficar o final de semana todo no quarto? – comentou meio sacana.
- Pô, é maneiro comprar. Hahaha... – tentou justificar MaGá.
- “Maneiro comprar camisinha” Meus Deus, saiu da balinha Juquinha agora mesmo né! Hahahah... Bora pegar as meninas e ir pra casa. – disse Alvinho rindo de MaGá.
Já na casa de Alvinho e com tudo preparado pra dormir, quartos selecionados e roupas de cama ajeitadas, as duplas resolveram dessa vez, ir pra uma pizzaria. Além da pizza, tomaram alguns chopps. De boa, mas restava a MaGá um jeito de dar aquela ideia pra conseguir aquela segundinha da vida.
Os pais de Alvinho já estavam na casa, mas não pensava ele em ir pra rua de novo. Fazer no silêncio? MaGá não sabia se teria a manha pra isso ainda, apesar de parecer ser simples. E se Gabi voltasse a querer ser chamada de amor, ou ficar falando qualquer coisa. Fazer no carro igual Alvinho e Gabi fizeram? Não via como, apenas se beijando não conseguia ficar “direito” no banco de trás com ela. Não, tinha quer ter uma alternativa. Então MaGá pensou...
“Casa de Praia... Praia!”
Não sabendo se tua ideia ia ter aprovação, MaGá resolveu chegar no ouvido de Gabi e sugerir, como se não quisesse nada, ir da uma volta na praia. Ver as estrelas, a lua... Por que não, já tinha visto em filmes que a mulher gosta dessas coisas. Mas, se viesse ater outros benefícios... Sorte né. Gabi gostou da ideia, legal, já estava avançando a Operação Segundinha do MaGá.
- Gente, a gente podia dar uma volta na praia antes de ir dormir né. Ta bonita a lua hoje. – comentou Gabi no carro.
Alvinho meio que não tava nem ai pra isso, queria saber mesmo, assim como MaGá, dos finalmentes. Porém, pra alegria da rapaziada, Ninha também se amarrou na ideia. Assim então, passaram em casa antes de ir pra praia, as meninas resolveram pegar umas cangas. MaGá e Alvinho no carro eram só alegria, tava encaminhado.
- É MaGá, Sex on The Beach hoje? Hahaha, que maravilha hein! – diz Alvinho esfregando as mãos, cheio de felicidade.
- É né, vamos ver como vai ser isso.
MaGá, inseguro como é, já estava ficando preocupado, imaginava que algo poderia dar errado. Já a caminho da praia, Alvinho quis fazer uma cena e teve uma leve DR com Ninha. Nesse leve momento de crise ele resolve jogar a sacola com as camisinhas pra trás, na direção de MaGá.
MaGá sentiu que havia uma “maldade” nessa do Alvinho. Imagino que a intenção era fazer MaGá carregar as camisinhas, porém ele preferiu se fazer de maluco.
- Que foi isso que ele tacou pra você? – perguntou Gabi entendendo nada.
- Sei lá, é maluco! – respondeu MaGá, falando em voz baixa e tacando em seguida o saco pra trás.
Chegando na praia eles vão caminhando em quarteto. Já começava o silencio “meio” constrangedor, e isso incomodava MaGá. Todo mundo sabia o que ia fazer, mas comentar o que nessa hora? Quando chegaram na beira do mar, Alvinho tentou começar sua graça pra “meio” que intimidar MaGá.
- Oh, cuidado pra não ser pego por ninguém, e vocês vão pra aquele lado. – disse Alvinho apontando pra um lado e seguindo pra outro.
- Claro né. Segue seu rumo! Hahaha. – respondeu MaGá.
Quando estão se distanciando, Alvinho resolve largar a ultima.
- Ei! Cuidado pra onda não pegar vocês hein! Hahaha... – gritou Alvinho, já numa distancia em que MaGá ficou envergonhado pra responder.
MaGá tava meio perdido, não sabia até onde ir, e nem se o lugar parecia deserto o suficiente. Da entrada da praia, tudo parecia escuro e deserto. Mas próximo da beira do mar, tudo parecia bem claro. MaGá e Gabi andaram um bocado, e acabaram ficando próximo de uma cabana, que estava com luz acessa do lado de fora, mas parecia esta deserta.
- Tomara que não tenha ninguém ali né. Você acha que deve ter? – pergunta Gabi.
“Com a sorte que eu tenho, deve ter uma família... E pra chegar ainda!”
Depois de uns beijinhos e outros, e quando MaGá finalmente resolveu começar... Ouve-se umas três vezes, um grito. Um chamado.
- MaGááá!
- É seu nome mesmo que estão gritando? – pergunta Gabi.
“Ah, ta de sacanagem! Como assim cara!?”
Quando se ouviu mais claro, MaGá reparou que era a voz do Alvinho. Não acreditou. Não acreditava que aquilo tava acontecendo. Falou com Gabi que ia ali ver o que o maluco tava querendo e voltava. Chegando próximo de Alvinho, já foi perguntando qual foi dos gritos.
- Cadê as camisinhas?
- Que camisinhas? Não ta contigo? – respondeu MaGá.
Se fazendo de maluco, ele sabia do que ele estava falando.
- Cara, eu taquei pra trás àquela hora no carro pra você pegar. E, como tu ia fazer sem? – perguntou surpreso Alvinho.
- Ué, ia fazer. Já tava quase na verdade quando você começou a berrar. – respondeu MaGá, mas já mudando de assunto, sabia que não estava na razão. – O que você falou pra Ninha?
- Falei que deixei com o idiota aqui, só que você esqueceu de me passar.
- Ah! Jogou a culpa pra cima de mim né. Tu é malandro né.
- Cara, bora no carro logo pegar isso. Imagina o que essas meninas devem ta pensando agora! Hahaha... Que vacilo hein! – disse Alvinho, já começando a andar.
Os dois saíram então correndo em direção ao carro. MaGá não acreditava. Realmente, imaginava o que as meninas estariam pensando agora. Largo a Gabi de perna aberta no meio da praia.
[Pensamento Ninha]
“MaGá é muito idiota mesmo! Não acredito como consegue vacilar tanto! Hahahah”
[Pensamento Gabi]
“Mas que droga ta acontecendo? Por que eles estão correndo pro carro? Será que aconteceu algo? Aquele idiota não me largaria aqui né?! Será!?”
Depois que cada um pegou uma, cada um voltou pro seu terreno. Porém, MaGá já tava pensando em como explicar uma situação dessa. Não, tinha muito o que inventar.
- Oi, voltei! Tinha esquecido uma coisinha no carro. – diz MaGá mostrando a camisinha e fazendo uma cara de bunda.
- Que bom que voltou né, cheguei a pensar que tinha esquecido, é de mim. Saiu correndo do nada! Tonto mesmo né. – diz Gabi rindo dele.
No meio do processo, a coisa começou a ficar estranha. MaGá lembrou de um filme que viu, em que uma mulher reclamou que entrou areia nela na hora do rala e rola e as coisas começaram a ficar meio ruim. Ele tentou esquecer, e focar no que realmente importava. Mas uma outra coisa tava incomodando ele. A areia era muito fofa, e ele não tava conseguindo fazer o apoio da perna direito. E tava ficando meio desengonçado.
- Calma. É, eu sei, as vezes me da câimbra na perna também. – comentou Gabi tentando amenizar as coisas.
“Câimbra, tem como acontecer isso também? Que merda hein!”
MaGá então, se fez de maluco e voltou a focar no assunto. Depois de alguns minutinhos...
“Éhh! Beleza, consegui! Uhu! E na praia agora! Hahahah”
Enquanto MaGá já estava pensando em voltar e comer alguma coisa, deu uma larica nele. Gabi quis ficar mais um pouco e ficar vendo as estrelas no céu. MaGá topou, tava felizão, muita gente não tinha a oportunidade de fazer na praia e ele tinha acabado de fazer. E também tava legal ficar ali vendo o céu. Por pouco tempo. O grito no escuro tinha voltado.
- MaGáááá! – berrava Alvinho e Ninha.
- Aqui! – respondeu MaGá, se ajeitando junto com Gabi, e depois indo ao encontro deles.
- Tu é esquecido hein! Que isso hein amiga. – disse Ninha, fazendo uma graça.
- Deu tempo pra fazer tudo certinho né? Hahaha. – perguntou Alvinho fazendo uma graça.
- Claro. Tudo certinho. – respondeu MaGá. Só sorriso.
O diálogo aconteceu só ali naquele momento, o caminho da beira do mar até o carro, foi no silêncio. Quando entraram no carro, o silêncio mórbido continuou por alguns minutos. Aquilo acabava com MaGá, ele não resistia. Sofria. Aquele tipo de situação constrangedora era terrível. Todo mundo sabia o que tinha rolado em cada canto da praia, mas tava uma situação meio esquisita pra comentar. Na verdade, nem MaGá queria entrar muito em detalhes no momento, mas o silêncio era desnecessário. Até que ele resolveu quebrar o clima.
- Pois então... A onda também pegou vocês? – falou MaGá.
Um outro silêncio se instalou no carro, mas um daquele tipo muito rápido, o que antecede as gargalhadas.
- HAHAHAHAH... Como assim? A onda pegou vocês? Não falei que era pra ter cuidado!? Porra MaGá! – disse Alvinho, rindo demais.
- Como assim amiga, o que aconteceu? Hahahah... – perguntou Ninha, também morrendo de rir.
A cara da Gabi não era uma das melhores, ficou meio sem graça com o comentário de MaGá, que tinha a melhor das intensões. Quebrar o clima. Verdade, conseguiu. Mas acabou virando chacota e quase levou a Gabi nessa, mas ela conseguiu se livrar e deu um empurrãozinho pro MaGá ser a graça da noite.
- É né amiga... Alguém tinha que pegar alguma coisa essa noite, o outro saiu correndo pro carro. Tive que me virar com a onda.
- HAHAHAHAH... Vacilo! Levando volta de mar é sacanagem MaGá, só você mesmo! – comentou e riu, muito, mais uma vez Alvinho.
MaGá, ficou todo sem graça, era só risos. Constrangedores, claro. Mas o clima tinha mudado e a situação ficou muito engraçada. Pra MaGá valeu muito a pena a noite, foi só alegria. E muito risos no final.

Nenhum comentário:
Postar um comentário