Carnaval em MG - Melzinho Caçador [1a Parte]

Era meio de ano e a turma começou a planejar de passar o carnaval juntos. Depois de pensar em sair ou não do Rio, a galera resolveu ir para Minas. O carnaval seria em Diamantina. MaGá nunca pensou em sair do estado e passar o carnaval com os amigos, sempre passava com a família. Até imaginou já, mas lembra que na época, mais novo, seu tio Lela que era de Minas fez questão de alertá-lo de não ir para lá.

- Você não vai passar carnaval em Minas nunca hein. Lá é muita confusão, cheio de drogas. Sempre todo mundo só pensando em fazer besteira.

“Que maneiro!” parou e pensou MaGá, até seu tio dar um tapa na sua testa  e lembrá-lo mais uma vez que, não. Depois de tanto tempo ele realmente ia, e iria poder tirar a prova se era tudo verdade ou lenda.

Alvinho chamou para si a responsabilidade de organizar a viajem e achar a melhor excursão para ir. Estava tudo pronto e eles pegaram a estrada. Rafa, Manolo e até mesmo Alvinho já tinham conhecido algumas pessoas que estavam no ônibus, MaGá estava totalmente fora do ambiente. Ainda mais pelos caras que estavam no ônibus, os caras eram todos Mr. Anabolizantes, geral do tipo “duplex” e MaGá mirrado que só. MaGá não fazia idéia, mas muita coisa aconteceria no carnaval que dificilmente não esqueceria, e, que por se divertir um pouco a mais da conta, não lembraria.

No primeiro dia todos foram para rua, foram à caça. Rezava a lenda, e reza ainda, que carioca em Minas precisa apenas contar até três. “Um, dois, três...” para uma mineirinha escutar o som do “s” como “x” e querer agarrar. Pelo visto rezaram tanto, e alto, que em minas ouviram e as meninas não gostaram tanto. Manolo que o diga. Alvinho e Manolo estavam sinistros, pegando geral, até que Manolo foi desenrolar com uma mineirinha e levou uma negativa não muito agradável. O que doidão, deixou ele muito puto.

- Oi, tudo bem? O anjo é de onde, daqui mesmo? – perguntou Manolo, tentando ser gentil, mesmo estando bêbado já.

- Oi, prazer! Sou daqui de Minas mesmo, e você? – respondeu de forma muito simpática e com aquele sotaque.

- Pode me chamar de Manolo! Sou do Rio. – respondeu com um sorriso no rosto.

- Ah... Entendi. Obrigada, mas tenho que ir. – respondeu virando e indo embora.

Manolo não entendeu nada e a segurou a mineirinha pelo braço. MaGá de longe só observava, odiava confusão e quando viu Manolo agarrando a menina só pensou, “Vai da merda!”

- Como assim, me explica isso? Não vai mais falar comigo?! – perguntou inconformado Manolo.

- Não, tenho que ir, minhas amigas estão me esperando. – respondeu tentando ir.

MaGá, então resolve se aproximar para evitar maiores problemas.

- Tudo bem aqui? Bora, Manolo? A galera ta esperando.

- Calma aí! Do nada me dispensou. E tava falando de boa!

- Desculpa, mas é que eu e minhas amigas fizemos um pacto para não ficar com cariocas. – justificou a mineirinha.

- O que?! – exclamou os dois juntos.

Manolo ficou inconformado, e MaGá, pra sua própria surpresa concordava com ele.

- Como assim? Isso é uma babaquice, se ele não fosse do Rio você ficava?!

- É, mas como não é...

- Ah, vai tomar no... – MaGá tira Manolo de perto antes que comece outra confusão maior.

- Você ta certo, malucas! Ela e as amigas – comentou MaGá.

No dia seguinte quando acordaram, reparam que chegou uma turma nova no quarto ao lado. Rafa e Manolo já conheciam as meninas, Gabi e Ninha, pelo grupo do MSN. De ressaca foram almoçar, para, daqui a pouco começarem de novo.

Na volta, por volta das quatro ou cinco da tarde, conversaram com as meninas e já estavam combinando de saírem todos juntos. Até que aparece uma menina da casa apagada. A galera tenta ajudar e procuram chamar a ambulância, mas era carnaval e em outras repúblicas estavam acontecendo a mesma coisa. Bêbados caídos pelas repúblicas.  Alvinho e Manolo resolveram ir pra farra, não tinham nada a ver com a menina. Assim ficou Rafa, MaGá, as meninas e mais alguns de olho na menina caída. MaGá na mesma hora lembrou do tio, “Não é que tava certo, só ta dando merda!”. Porém eles resolvem depois de um tempo ir. Já-já a ambulância chegaria e a menina tinha amigos na casa.

Assim foram descendo e conversando até onde estava rolando os shows. Do nada MaGá repara e Rafa já estava pegando a Ninha. Não entendeu nada, “como assim?”. Olhou pra Gabi e ela ria da situação.

- Rapidinhos eles né – comentou rindo envergonhada.

MaGá não tinha facilidades para chegar nas meninas, porém imaginou “Carnaval, Minas Gerais, a amiga pegando meu amigo... Acho que rola né”. Porém não vinha coragem. Então resolveu beber aqueles cordões de melzinho de pinga. Foi bebendo e oferecendo a ela, ela bebendo e oferecendo a ele. Até que ele tentou. Chegou próximo ao ouvido dela e falou.

- Você tem uma pele linda – tentou sussurrar no ouvido dela, seguido de um beijinho no ombro.

“Sua pele é linda?! Que idiota!” pensou ele em como foi ridículo e como não ia conseguir nada. Quando menos percebeu já estava beijando Gabi. Enquanto beijava, ele pensava, “É isso mesmo? Eu devo ter dito algo a mais”. Foi a primeira vez que chegou em uma menina. Mas logo fez questão de parar de pensar e tentou aproveitar. MaGá ficou meio agarradinho com a Gabi, não era do tipo pegador e não iria conseguir ir a “caça” com  os amigos, porém, Rafa impressionou.

Estava ridiculamente grudado. Oferecia cerveja, oferecia água. Tava pagando casalzinho em pleno carnaval em Minas, isso deixou MaGá e Alvinho inconformado. MaGá por que eram amigos e tinham que aproveitar, como MaGá dizia “O que rola em Diamantina, fica em Diamantina”. Alvinho já tava mesmo é querendo furar o olho de Rafa. Do jeito que tava, MaGá deu todo apoio.

- Vai lá cara, pega a Ninha. Rafa ta muito idiota, não é possível. – instigava MaGá.

- Que isso cara. Não posso fazer isso com ele – comentou se fazendo de maluco.

- Claro que pode, é Diamantina! Ele que não pode ficar assim. – completou MaGá empurrando Alvinho na direção de Ninha.

Alvinho foi e conseguiu. Rafa sumiu, começou a andar com os “Bombas-boy” da casa e ir pro Bar do Titi. Pelo menos não tava bancando o idiota apaixonadinho em pleno carnaval de Diamantina.


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