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segunda-feira, 30 de abril de 2012

Hora da Resenha: Pompoarismo


Era por volta de 12 horas no SRD, hora do almoço, hora da resenha. Dessa vez junto com a turma foi a Magrinha, uma amiga da galera. Uma magrinha tagarela, mas gente boa demais. A galera se divertia com ela. Não é por causa dela por ali que a turma ia se censurar. O ritual de observação estava em funcionamento, e os comentários também.

- Nossa, olha aquela ali, ta parecendo um sapo. – disse Manolo arrancando risadas da mesa.

- Porra, que bunda!  Aquela ali anda sozinha. – disse o Rafa.

- Se aquela ali senta em mim, me desmonta! Sumo naquele mundo. – falou MaGá.

- E aquela haribu ali, nem fez a sovaqueira. Nossa, de perder a fome. – disse Zéh largando o garfo e a faca no prato. – Não suporto essas mulheres. Imagina lá embaixo. Que horror! – falou Zéh.

- Meu Deus. Não acredito que vocês ficam em pleno restaurante observando essas coisas e comentando. – disse Magrinha, surpresa.

- Tu acha que restaurante do SRD foi feito só pra comer? A gente come com os olhos também. – disse Manolo rindo da própria piada.

- Na próxima vez virei mais arrumadinha. – falou Magrinha.

- É isso mesmo, a gente não perdoa nem as amigas. – disse MaGá.

- Ah, qual foi? Não vai me dizer que vocês também não comentam dos carinhas que passam. Ficam observando e avaliando... Duvido! – falou Zéh.

- Claro que a gente fala, falamos até mais besteira que vocês. Mas sabemos ser mais discretas.

- Ah, para! Vamos começar hoje então. Escolhe um carinha aqui e faz uma observação. – desafiou Zéh, continuando. – Qual daqui é o gostosão da fila?

- Ah aquele ali a gente tava falando esses dias, grandão, parece um armário. Cara de mau e de bonzinho ao mesmo tempo. – comentou a Magrinha.

- E qual seria o comentário escroto na roda das meninas? – perguntou Manolo, já rindo.

- Uma das minhas amigas falou, “Esse tem cara de policial... Ai! Invade e me pacifica!” – interpretou a Magrinha, num tom mais elevado.

- Que isso, ta se empolgando? Que isso magrinha, que isso! – brincou MaGá, rindo junto com a turma.

- Ah para! – interrompeu sem graça Magrinha.

Então Magrinha resolve perguntar o tipo de mulher que cada um gosta, por curiosidade. Zéh falou que gosta das piriguetes, Rafa das bundudas, MaGá das magrinhas e Manolo das loiras, de preferência as burras. Alvinho curtia as intelectuais.

- E você? Qual é o cara que faz a magrinha pirar? – perguntou Zéh.

- Fácil! Gosto dos bonitos. E descentes também, mas hoje em dia tá difícil! Pessoal quer sexo na primeira chamada. Aqui é mais difícil benzinho! – disse a Magrinha

- Ih, das que se faz de difícil! Qual o problema? vai ficar enrolando pra quê? – perguntou com sarcasmo Manolo.

- Meu querido, a perseguida é minha e eu enrolo ela onde eu quiser, e quando quiser! – falou a Magrinha cheia de caras e bocas.

A galera morre de rir. Até que ela continua comentando sobre uma experiência em que conheceu um gringo.

- Que nem quando sai com uma turma e tinhas uns gringos também. Um italiano veio depois de 30 min de me conhecer, com um papinho todo solto no meu ouvido.

- O que ele falou? – perguntou MaGá já rindo.

- Sei lá. Veio cheio do sotaque, maravilhoso, confesso. Perguntei pra minha amiga e ela me disse que ele queria me levar pra casa. Tá de brincadeira comigo né. Esses gringos ficam vendo esses filmes de sacanagem lá fora e acham mesmo que aqui é turismo sexual. Quase dei um chute no saco dele. – terminou, indignada a Magrinha.

- Mas hoje em dia, todo mundo quer, e a mulherada também. – falou Alvinho.

- Sim, uma amiga minha falou: “Eu tenho perereca frouxa pra gringo, dô mermo!” Onde já se viu, hahahah... Morro de rir com essas conversas. Hoje em dia ta todo mundo muito liberal pro meu gosto.

- Pra mim, não tanto. Queria que estivesse mais liberal pra mim. Vou entrar num curso de francês, semana que vem então. – comentou rindo Manolo.

- Sexo tem sua hora – comentou Magrinha.

- Ah mais qual o problema de começar mais cedo. Daqui a pouco estamos todos velhos. – disse Rafa.

- Que nada rapaz, conheci um casal de velhinhos que estão a todo vapor. A senhora começou a fazer um curso de pompoarismo. O velhinho disse que depois que a esposa dele aprendeu, o sexo foi totalmente diferente. Vida nova! – disse a Magrinha.

- A 3ª Idade ta tarada então hein. – comentou Manolo fazendo graça de novo.

- Pô, eu vi isso na internet e no Altas Horas. É muito louco. – disse MaGá se empolgando. – Diz que têm os tais anéis e a mulher pode contrair, relaxar... Umas loucuras aí. Tem até mulher que fuma.

- Foda vai ser o câncer de útero né. – disse Manolo rindo muito da sua própria piada.

- Tá empolgado hoje, hein Manolo. – falou Alvinho rindo da empolgação de Manolo com suas próprias piadas.

- Eu vi na internet que tem campeonato e tudo. Muito louco! Tem mulher que consegue tacar bolinha de ping-pong pra longe, fumar, sugar uma banana e até expelir ela de novo.

- Aí eu vi vantagem! – disse Zéh com um sorriso de sacana no rosto, arrancando risadas.

- Esse da bolinha eu tinha lido também. – comentou a Magrinha

- Imagina tu Magrinha, dava até pra brincar de paintball. Depois de treinada, botava umas bolinhas em tu e cada um pegava numa perna, tu saia atirando igual uma metralhadora. – disse Manolo rindo muito da sua piada.

- Manolo, tu tomo seu tarja preta hoje? Essa foi ridícula! – disse Rafa, mas sem conseguir conter a risada sem graça da piadinha estúpida do Manolo.

- Teve um lugar que eu li que a mulher puxou três líquidos de cores diferentes e depois botou cada líquido em um copo diferente, sem misturar! Absurdo! – contou MaGá, empoladíssimo, como se fosse especialista.

- Ah, aí eu não acredito não. Impossível, essa mulher é um monstro. – comentou Magrinha.

- E completamente desnecessário, pra que sugar bebida pra dentro e depois cuspir pra fora? Agora, já pra outras coisas... Esse papo de pompoarismo deve ser uma beleza mesmo! – disse Zéh com um sorrisão.

MaGá ficou meio cabisbaixo, deixou a historia dos líquidos pro final. Achou que geral ia ficar impressionado com seu conhecimento. Mas depois pensando melhor, não fazia sentido mesmo.

- Foda que li em um lugar...

- Na internet... – disse Manolo dando uma interrupçãozinha debochada em MaGá.

- É. Na internet o que quê tem? Então... A mulher pode destruir uma banana com a vagina, vi num vídeo também! Uma cena terrível. Li que a mulher que sabe o lance do pompoarismo tem uma força terrível lá embaixo, que da pra quebrar e tudo. Tenso! – disse MaGá, o especialista.

- Eu com certeza vou fazer. Assim que tiver meu homem vou fazer. Tem que dar um jeito de dar um UP né, a concorrência ta grande com as piriguetes aí.

- Então Magrinha... Se tu fizer o curso, quando terminar e não tiver com homem nenhum, seria um prazer conhecer essa nobre arte! 

– falou Zéh, cheio de sacanagem.

- Eu sou louca pra aprender, mesmo! – disse Magrinha, sem perceber a direta do Zéh.

- Dou maior apoio, deve ser um diferencial! – falou MaGá.

- Melhor trocarmos de assunto, esse papo de puxar a banana e expelir ta mexendo com minha cabeça. Deve ser uma loucura isso! – comentou Zéh.

- Tem suas vantagens né, tenho que prender meu homem.  Se descobrir que ele ta começando a se engraçar pra outra menina, faço tudo do bom e do melhor com ele. Subo por cima e faço o melhor trabalho que ele já teve na vida. Vou puxando com todo o carinho e delicadeza do mundo, aos pouquinhos vou apertando e travando...

A galera foi se inclinando na mesa e viajando nos comentários da Magrinha. Os olhos da galera brilhavam.

- Isso que é mulher, tem que caprichar pra fazer o homem feliz em casa. – disse Zéh em voz baixa pra não interromper Magrinha e seu conto.

- ... Igual uma viúva-negra pego minha presa e vou puxando, puxando, puxando – vai narrando com uma voz leve e um sorriso sacana no rosto. – até que “PÁH!!” – bate Magrinha com a mão na mesa.

A turma leva um susto de leve, todos engolem seco e dão uma piscada de susto.

- Arranco fora o maldito! Sou mulher pra ser otária não meu filho! – terminou com um sorriso maléfico!

- Tu é sem graça, isso sim! Coisa de maluca! Perdi até a fome. – disse Zéh assustado largando os talheres na mesa.

- Me deu dor no saco só no pensamento! Vamos embora. – sugeriu MaGá.

A turma então resolveu se levantar e seguir pra hora do cafezinho. A Magrinha só ria, perguntava qual era o problema deles.

- Vocês estão muito sensíveis. Ei, não me esquecem aqui não hein! – disse rindo demais da atitude da galera.

Manolo era só risos e se amarrou no conto da Magrinha. Até tentou uma cantada e uma chegada depois, mas nada conseguiu. Provavelmente a piada do paintball não foi uma boa. A turma depois do café então seguiu seu rumo. Uns foram embora até dando umas mancadinhas devido à tão boa interpretação da Magrinha. Leia-se “uns”, MaGá e Zéh, os mais afetados psicologicamente.

"Pompoarismo Radical - Adão Iturrusgarai"

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