Era por volta de 12 horas no SRD, hora do almoço, hora da
resenha. Dessa vez junto com a turma foi a Magrinha, uma amiga da galera. Uma
magrinha tagarela, mas gente boa demais. A galera se divertia com ela. Não é
por causa dela por ali que a turma ia se censurar. O ritual de observação
estava em funcionamento, e os comentários também.
- Nossa, olha aquela ali, ta parecendo um sapo. – disse
Manolo arrancando risadas da mesa.
- Porra, que bunda!
Aquela ali anda sozinha. – disse o Rafa.
- Se aquela ali senta em mim, me desmonta! Sumo naquele
mundo. – falou MaGá.
- E aquela haribu
ali, nem fez a sovaqueira. Nossa, de perder a fome. – disse Zéh largando o
garfo e a faca no prato. – Não suporto essas mulheres. Imagina lá embaixo. Que
horror! – falou Zéh.
- Meu Deus. Não acredito que vocês ficam em pleno
restaurante observando essas coisas e comentando. – disse Magrinha, surpresa.
- Tu acha que restaurante do SRD foi feito só pra comer? A
gente come com os olhos também. – disse Manolo rindo da própria piada.
- Na próxima vez virei mais arrumadinha. – falou Magrinha.
- É isso mesmo, a gente não perdoa nem as amigas. – disse
MaGá.
- Ah, qual foi? Não vai me dizer que vocês também não
comentam dos carinhas que passam. Ficam observando e avaliando... Duvido! –
falou Zéh.
- Claro que a gente fala, falamos até mais besteira que
vocês. Mas sabemos ser mais discretas.
- Ah, para! Vamos começar hoje então. Escolhe um carinha
aqui e faz uma observação. – desafiou Zéh, continuando. – Qual daqui é o
gostosão da fila?
- Ah aquele ali a gente tava falando esses dias, grandão, parece
um armário. Cara de mau e de bonzinho ao mesmo tempo. – comentou a Magrinha.
- E qual seria o comentário escroto na roda das meninas? –
perguntou Manolo, já rindo.
- Uma das minhas amigas falou, “Esse tem cara de policial...
Ai! Invade e me pacifica!” – interpretou a Magrinha, num tom mais elevado.
- Que isso, ta se empolgando? Que isso magrinha, que isso! –
brincou MaGá, rindo junto com a turma.
- Ah para! – interrompeu sem graça Magrinha.
Então Magrinha resolve perguntar o tipo de mulher que cada
um gosta, por curiosidade. Zéh falou que gosta das piriguetes, Rafa das
bundudas, MaGá das magrinhas e Manolo das loiras, de preferência as burras.
Alvinho curtia as intelectuais.
- E você? Qual é o cara que faz a magrinha pirar? –
perguntou Zéh.
- Fácil! Gosto dos bonitos. E descentes também, mas hoje em
dia tá difícil! Pessoal quer sexo na primeira chamada. Aqui é mais difícil
benzinho! – disse a Magrinha
- Ih, das que se faz de difícil! Qual o problema? vai ficar
enrolando pra quê? – perguntou com sarcasmo Manolo.
- Meu querido, a perseguida
é minha e eu enrolo ela onde eu quiser, e quando quiser! – falou a Magrinha
cheia de caras e bocas.
A galera morre de rir. Até que ela continua comentando sobre
uma experiência em que conheceu um gringo.
- Que nem quando sai com uma turma e tinhas uns gringos
também. Um italiano veio depois de 30 min de me conhecer, com um papinho todo
solto no meu ouvido.
- O que ele falou? – perguntou MaGá já rindo.
- Sei lá. Veio cheio do sotaque, maravilhoso, confesso.
Perguntei pra minha amiga e ela me disse que ele queria me levar pra casa. Tá
de brincadeira comigo né. Esses gringos ficam vendo esses filmes de sacanagem
lá fora e acham mesmo que aqui é turismo sexual. Quase dei um chute no saco
dele. – terminou, indignada a Magrinha.
- Mas hoje em dia, todo mundo quer, e a mulherada também. –
falou Alvinho.
- Sim, uma amiga minha falou: “Eu tenho perereca frouxa pra gringo, dô mermo!” Onde já se viu,
hahahah... Morro de rir com essas conversas. Hoje em dia ta todo mundo muito
liberal pro meu gosto.
- Pra mim, não tanto. Queria que estivesse mais liberal pra
mim. Vou entrar num curso de francês, semana que vem então. – comentou rindo
Manolo.
- Sexo tem sua hora – comentou Magrinha.
- Ah mais qual o problema de começar mais cedo. Daqui a
pouco estamos todos velhos. – disse Rafa.
- Que nada rapaz, conheci um casal de velhinhos que estão a
todo vapor. A senhora começou a fazer um curso de pompoarismo. O velhinho disse
que depois que a esposa dele aprendeu, o sexo foi totalmente diferente. Vida
nova! – disse a Magrinha.
- A 3ª Idade ta tarada então hein. – comentou Manolo fazendo
graça de novo.
- Pô, eu vi isso na internet e no Altas Horas. É muito
louco. – disse MaGá se empolgando. – Diz que têm os tais anéis e a mulher pode
contrair, relaxar... Umas loucuras aí. Tem até mulher que fuma.
- Foda vai ser o câncer de útero né. – disse Manolo rindo
muito da sua própria piada.
- Tá empolgado hoje, hein Manolo. – falou Alvinho rindo da
empolgação de Manolo com suas próprias piadas.
- Eu vi na internet
que tem campeonato e tudo. Muito louco! Tem mulher que consegue tacar bolinha
de ping-pong pra longe, fumar, sugar uma banana e até expelir ela de novo.
- Aí eu vi vantagem! – disse Zéh com um sorriso de sacana no
rosto, arrancando risadas.
- Esse da bolinha eu tinha lido também. – comentou a
Magrinha
- Imagina tu Magrinha, dava até pra brincar de paintball. Depois de treinada, botava
umas bolinhas em tu e cada um pegava numa perna, tu saia atirando igual uma
metralhadora. – disse Manolo rindo muito da sua piada.
- Manolo, tu tomo seu tarja preta hoje? Essa foi ridícula! –
disse Rafa, mas sem conseguir conter a risada sem graça da piadinha estúpida do
Manolo.
- Teve um lugar que eu li que a mulher puxou três líquidos
de cores diferentes e depois botou cada líquido em um copo diferente, sem
misturar! Absurdo! – contou MaGá, empoladíssimo, como se fosse especialista.
- Ah, aí eu não acredito não. Impossível, essa mulher é um
monstro. – comentou Magrinha.
- E completamente desnecessário, pra que sugar bebida pra
dentro e depois cuspir pra fora? Agora, já pra outras coisas... Esse papo de
pompoarismo deve ser uma beleza mesmo! – disse Zéh com um sorrisão.
MaGá ficou meio cabisbaixo, deixou a historia dos líquidos
pro final. Achou que geral ia ficar impressionado com seu conhecimento. Mas
depois pensando melhor, não fazia sentido mesmo.
- Foda que li em um lugar...
- Na internet... – disse Manolo dando uma interrupçãozinha
debochada em MaGá.
- É. Na internet o que quê tem? Então... A mulher pode
destruir uma banana com a vagina, vi num vídeo também! Uma cena terrível. Li
que a mulher que sabe o lance do pompoarismo tem uma força terrível lá embaixo,
que da pra quebrar e tudo. Tenso! – disse MaGá, o especialista.
- Eu com certeza vou fazer. Assim que tiver meu homem vou
fazer. Tem que dar um jeito de dar um UP
né, a concorrência ta grande com as piriguetes aí.
- Então Magrinha... Se tu fizer o curso, quando terminar e
não tiver com homem nenhum, seria um prazer conhecer essa nobre arte!
– falou
Zéh, cheio de sacanagem.
- Eu sou louca pra aprender, mesmo! – disse Magrinha, sem
perceber a direta do Zéh.
- Dou maior apoio, deve ser um diferencial! – falou MaGá.
- Melhor trocarmos de assunto, esse papo de puxar a banana e
expelir ta mexendo com minha cabeça. Deve ser uma loucura isso! – comentou Zéh.
- Tem suas vantagens né, tenho que prender meu homem. Se descobrir que ele ta começando a se
engraçar pra outra menina, faço tudo do bom e do melhor com ele. Subo por cima
e faço o melhor trabalho que ele já teve na vida. Vou puxando com todo o
carinho e delicadeza do mundo, aos pouquinhos vou apertando e travando...
A galera foi se inclinando na mesa e viajando nos
comentários da Magrinha. Os olhos da galera brilhavam.
- Isso que é mulher, tem que caprichar pra fazer o homem
feliz em casa. – disse Zéh em voz baixa pra não interromper Magrinha e seu
conto.
- ... Igual uma viúva-negra pego minha presa e vou puxando,
puxando, puxando – vai narrando com uma voz leve e um sorriso sacana no rosto.
– até que “PÁH!!” – bate Magrinha com
a mão na mesa.
A turma leva um susto de leve, todos engolem seco e dão uma
piscada de susto.
- Arranco fora o maldito!
Sou mulher pra ser otária não meu filho! – terminou com um sorriso maléfico!
- Tu é sem graça, isso sim! Coisa de maluca! Perdi até a
fome. – disse Zéh assustado largando os talheres na mesa.
- Me deu dor no saco só no pensamento! Vamos embora. –
sugeriu MaGá.
A turma então resolveu se levantar e seguir pra hora do cafezinho.
A Magrinha só ria, perguntava qual era o problema deles.
- Vocês estão muito sensíveis. Ei, não me esquecem aqui não
hein! – disse rindo demais da atitude da galera.
Manolo era só risos e se amarrou no conto da Magrinha. Até
tentou uma cantada e uma chegada depois, mas nada conseguiu. Provavelmente a
piada do paintball não foi uma boa. A turma depois do café então seguiu seu
rumo. Uns foram embora até dando umas mancadinhas devido à tão boa
interpretação da Magrinha. Leia-se “uns”, MaGá e Zéh, os mais afetados
psicologicamente.
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