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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Pegue o Pombo!


Depois de mais uma magamentada, MaGá quebrou a perna e teve que pôr gesso. Era sua última semana com o gesso quando voltando do colégio e indo pra casa sentiu algo no seu pé, entre seus dedos algo meio gelado, meio pastoso. Estranhoso! Quando reparou melhor... Merda! E literalmente. Cocô de pombo.

MaGá se sentiu inconformado, revoltado! Era muito azar. Como pode, com tanto lugar pra acertar o pombo caga logo na perna com gesso e pior, entre os dedos.

“Que merda!”

Depois de uma semana e gesso retirado, MaGá seguiu sua vida e nem lembrava mais do pombo, mas parece que o pombo não esqueceu de MaGá.

Em meio a uma tarde ensolarada com direito cafifa – pipa – MaGá estava normalmente brincando, olhando pra o céu quando, sente uma gota ou algo parecido na testa.

“CHUVA?!”

Então repara no sol que estava fazendo. Quando resolve secar a tal gota com sua camisa repara que não é simplesmente uma gota d’água. É titica! A camisa amarela está embranquecida e sua testa... cagada!

Depois desses dois presentes, MaGá novinho que só, já tinha uma nova missão de vida: Caçar o pombo!

Não fazia ideia de como, afinal, o pombo podia partir pra qualquer lugar, já que abusou e cagou o suficiente de MaGá. Porém no fundo MaGá estava se sentindo o Cérebro de “Pink e o Cérebro”, cheio de ideias de – em vez de dominar o mundo – pegar o pombo.

Mas MaGá é MaGá e ele tava mais pra Coyote ou Dick Vigarista e suas trapalhadas.

Mais uma semana se passou e essa empolgação de acabar com o pombo foi desaparecendo a medida que perdia as tardes assistindo Chaves na TV. Mas já na semana seguinte enquanto pegava goiaba na goiabeira pra sua avó fazer doce, sentiu... Dessa vez não pegou, a titica passou próximo de MaGá e espatifou-se no chão.

“Filho d..”

“Ó a boca MaGázinho!”

Já pensou na sua vó o repreendendo.

Era o mesmo pombo. MaGá tinha certeza, estava virando uma coisa pessoal. Ele estava lá em cima, no topo da goiabeira. MaGá sentia o pombo rindo dele, um flashback passou na sua cabeça. O tanto de titica que já levou por causa desse pombo e quase mais uma agora. Não ia ficar assim.

Na varanda estava seu carrinho que usava para carregar a mochila e nele tava o elástico com que prendia a mochila – aqueles elásticos que tem uns ganchinhos em cada ponta pra prender.

Não pensou duas vezes, MaGá iria fazer de tudo pra pegar esse pombo. Foi na varanda e pegou o elástico.

Não é mais surpresa pra ninguém. Vai da merda pro MaGá.

Então foi ele pra missão. Começou a lançar o elástico pro alto pra tentar acertar o pombo, mas nada. Nessa de elástico lançado, os ganchinhos se prendiam nos galhos da goiabeira e lá estava MaGá puxando de volta. Dando os estanques como se estivesse numa brincadeira de marimba. Em meio a um estanque e outro, da sala, a mãe e a Vó de MaGá só observavam e não entendiam nada.

- Quê que você ta fazendo aí menino? Você não vai conseguir pegar goiaba nenhuma assim – disse a avó.

- Calma Vó.

- MaGá, você vai se machucar com esse elástico aí, pode parar. Isso pode voltar e pegar em você. – disse a mãe.

PRAGA LANÇADA!

Aviso de mãe é quase igual praga. Quase não, é mesmo. Digo praga, mas no final das contas é mais um aviso pro bem, pra evitar o mal. Mas esse mal sempre vem quando o aviso é dado.

- MaGá, não vou falar de novo, larga esse elástico aí! – disse de novo, elevando a voz.

- Calma mãe! – respondeu enquanto tentava pegar o pombo ainda.

Na cabeça de MaGá ele estava muito perto de pegar o pombo, mas só na cabeça dele. Durante um estanque no elástico a praga chegou. Chegou junto com a ponta do ganchinho pegando no meio da testa.

ÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁIIIIIIIIIIIIIIII!!!

Pronto! Berreiro aberto, pombo fugido e pior, mãe com a razão. A mãe de MaGá sai correndo da sala e pega ele pelo braço com toda força possível.

- Não te falei, não te falei! Meu DEUS! Por que você não me escuta?! – diz berrando.

- Nãããããooo... Ai, tá doendo! – diz chorando enquanto sua mãe o puxa pelo braço.

- Tá bom, tá bom, ele já aprendeu, você vai arrancar o braço desse menino. – disse a avó.

- Ele me tira do serio mãe! Todo dia é uma besteira! Vai lá, vai lá na cozinha e pega um gelo pra botar nesse galo na sua testa.

Galo mesmo. Galo tipo Galo da Madrugada, tipo Galo Carijó e qualquer outro tipo de galo. MaGá tava com um ovo na testa, mas ovo no estilo da páscoa. Terrível!

No dia seguinte o ovo que parecia ontem um ovo de avestruz, tava agora parecendo um ovo de codorna, menos mal. Ainda ficou uma marca na testa de MaGá.

Na escola assim que MaGá entrou em sala a tia ficou preocupada e curiosa, não passou três semanas e ele estava com um gesso na perna, agora isso?

- Que houve MaGá, que foi que você aprontou dessa vez?

- Tava caçando um pombo tia.

Alvinho, amigo desde sempre não perdeu a oportunidade de “brincar” com o amigo.


- Quem tava caçando quem? Acho que ele ganhou né. – disse arrancando gargalhadas da turma, uma risadinha da tia e um sorriso amarelo de MaGá.

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