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domingo, 30 de setembro de 2012

A Queda do Trono!

A primeira menina a mexer mesmo com MaGá, naquele ponto em que se começa a fazer inúmeras merdas mesmo sem querer, foi a Graça. Porém a primeira a dar aquele estalo de que a amiginha é legal, e menininho e menininha podem ser mais que amiginhos e tals, foi a Gika. Apesar dessa não ser uma história de romance.

MaGá e Gika eram amigos de colégio, pequeninos ainda e moravam perto. Iam e voltavam juntos do colégio, e assim começou os outros amiguinhos - aparentemente mais evoluídos mentalmente e com mais malícia - a botar pilha em MaGá.

- Aí, vai ficar com a Gika. Isso se não já começou. – dizia um dos amiguinhos.

Coitado de MaGá, nem sabia como era isso direito, ficava cheio de vergonha só de ver seu primo beijando a namorada na frente da família. Nem conseguia se imaginar nessa situação. Porém foi nesse momento de brincadeiras dos amiguinhos, que MaGá começou a se perguntar se já estava na hora, se já era tempo de passar por essa situação. Beijar uma menina. Depois desse pensamento, dessa viajem, MaGá começou dar mais atenção a situação e ia e voltava da escola com Gika querendo ser mais participativo. Sempre que possível dava uma abraçozinho aqui, outro ali e assim foi indo.

Certo dia algo abalou pra sempre essa amizade ou tentativa de nova relação entre os dois. “Relação” pelo menos do ponto de vista de MaGá. Nessas idas e vindas de MaGá e Gika, escola-casa, a amizade aumentou e como moravam próximos começou assim os estudos na casa da amiguinha. Em um dia desses, de estudo em meio as contas de 35+47, tabuadas e outras coisas mais, MaGá já se sentindo em casa imagina que não é problema nenhum pedir pra ir ao banheiro.

Morava perto, sabia, mas pedir licença pra ir em casa rapidinho, só pra ir no banheiro era demais. Era cansativo demais. Pelo menos é assim que MaGá pensava, além de já se sentir em casa. Conhecia a irmã, pai, mãe, já era quase da família. E é aí que mora o perigo, e o nome dele é intimidade.

Resolveu realmente ser da família.

- Gika, onde fica o banheiro? – perguntou baixinho.

- É só ir ali, no corredor, segunda à direita. – respondeu tranquilamente e muito educada.

MaGá então foi. Entrou no banheiro, deu uma olhada curiosa em tudo e foi pro vaso sanitário. Seu maior medo no momento era não fazer feder. Imaginava a vergonha que seria, assim que ele saísse entrar alguém e encontrar um banheiro todo fedorento, o que seria mais vergonhoso ainda. Sentou e em plena imaginação se posicionou no vaso e fez de um jeito que imaginou não feder. Pronto, até que foi rápido, porém não tão rápido a ponto de imaginarem que ele foi fazer xixi. Já imaginava que cara fariam ou em como olhariam pra ele sabendo o que fez no banheiro deles. Mas nem teve tanto tempo pra isso, quando foi pegar o papel higiênico pra sair o mais rápido possível do banheiro... Sem papel.

Ih! Fedeu!

MaGá então começou a ficar nervoso, e de bunda suja mesmo começou a procurar papel pelo banheiro. Levantou e foi vasculhar o armário do banheiro, que pra seu desespero não achou nada. Ficou mais nervoso ainda e começou a pensar o que poderia fazer, o que faria pra sair de lá com o mínimo de dignidade possível, limpo. Até que MaGá então lembra, não sabe como - se vídeo na internet, noticia na TV ou de alguma historia que contaram pra ele - que uma das possibilidades era lavar a bunda.

“Nojento!”

Não lhe agradava muito essa opção, mas uma outra seria limpar com a cueca, como um amigo seu disse ter feito quando foi fazer uma trilha com o primo. Porém foi na floresta, meio do mato ou coisa do tipo. Uma coisa é jogar fora ou enterrar uma cueca suja no meio do mato, brabo seria esconder uma cueca no banheiro de um conhecido. Jogar na lixeira pra depois alguém, não se sabe como, mas com possibilidade, ver ali uma cueca jogada seria uma vergonha alheia enorme e com chances de chegar boatos até mesmo no colégio. Seria uma zoação que só.

- Aaaah! MaGá Bunda-Suja! – diriam os amiguinhos rindo no recreio.

Restava a MaGá a alternativa de lavar a bunda. Lembrou então de como soube da história.

[lapso magamental ON]

MaGá então no modo silencioso levanta do trono, tira as calças e vai pra pia, já que não existiria desculpa possível e explicação plausível pra ele ligar o chuveiro. Já em frente a pia,  MaGá começa a pensar em como fazer a sua bunda alcançar a torneira, já que ele pequeno mal conseguia fazer sua própria mão chegar na torneira. A pia era daquele tipo embutida na parede, toda grandona e com a parte de cima de pedra ou plástico, meio fina, mas rígida, algo assim. Ele então acha uma maneira de alcançar a torneira, abre as gavetas da pia e faz das gavetas um tipo de escada.

Já sentado na ponta da pia, MaGá abre a torneira, porém quando se ajeita pra avançar mais um pouquinho com a bunda e se aproximar da torneira...

PRAAAEEENNNNCK!!

Uma coisa terrível, um barulho vergonhoso ocorre. Um pedaço da pia quebra junto com MaGá, que cai e por pior que pareça consegue ainda rasgar a pequena bunda que tinha. Fez um barulho terrível e enquanto estava caído no chão fazendo força pra não chorar, sujo e com sangue, as pessoas da casa batiam na porta pra saber o que tinha acontecido. Coitado morre de vergonha e nem faz idéia do que pensar em falar.

[lapso magamental OFF]

Depois de recordado que o carinha dessa história, rasgou a bunda e passou uma vergonha danada. Relutou então em lavar a bunda e passar pelo o mesmo. Restava saber o que fazer pra sair daquela casa limpo.

MaGá então resolveu procurar de novo um pacote de papel higiênico naquele banheiro. Procura e procura mas em vão, não acha nada. Restava uma única coisa, pedir. MaGá então respira fundo, toma coragem e vai até a porta e baixinho chama a Gika.

- Ei, Giiiiika! – sussurrou na brecha da porta umas três vezes até ela aparecer.

- Que foi? – perguntou curiosa, olhando só o rosto de MaGá pela brecha da porta.

- Ééé... – diz tentando não dizer – Onde tem papel? – termina de falar com muita vergonha, querendo enfiar a cabeça na terra, igual um avestruz que viu num desenho.

Gika só ri, porém baixo, demonstrando até um pouco de respeito por MaGá que se alivia de não ter sua situação espalhada pela casa. Até...

- Mããããe! Onde tem papel higiênico? MaGá disse que acaboooou! – berrou Gika em direção a sala.

MaGá não acredita no que aconteceu, ele rapidamente fecha a porta e se apóia nela olhando pro teto.

Caraca! Ela gritou pra todo mundo ouvir! Que Merda!”

MaGá só escuta os risos vindo da sala, e se sente mais envergonhado ainda. Até que a Gika bate na porta.

- Que foi?! – pergunta MaGá inconformado com ela.

- Minha mãe falou que ta na porta da direita do armário, é só procurar. – respondeu.

MaGá se irrita profundamente pois tinha procurado duas vezes no armário e não acho nada, mas resolve olhar de novo pra poder ter mais certeza na hora de justificar que já tinha procurado. Porém foi quando olhou pela terceira vez no armário que se sentiu o idiota mais sujo do mundo. Ali estava o pacote de papel, atrás de um produto de limpeza.

“Ta de sacanagem!”

Vergonhosamente, MaGá responde dizendo que achou. Depois de se limpar e ajeitar tudo no banheiro, ele respira fundo de novo, toma coragem e abre a porta. O pessoal na sala era só risos, pra vergonha alheia e sorriso constrangedor de MaGá. A mãe de Gika disse que não precisava pedir, era só procurar no armário e pegar, o que deixou ele mais angustiado ainda.

A Mãe de Gika gentilmente fez o lanchinho do final de estudo e chamou MaGá pra se sentar junto, mas a sua vergonha era tão grande, e o sorriso da irmã mais velha de Gika – que era toda bonitona e por si só já envergonhava ele – estava deixando ele muito sem graça, assim como o sorriso na cara do pai dela na sala. Assim ele resolveu inventar uma desculpa esfarrapada que não tava muito bem da barriga e preferia ir pra casa, e que depois voltaria, o que não ocorreria tão cedo.

Ele então foi pra casa, incrédulo do que tinha acontecido com ele e de como isso poderia ficar pior na escola. Restava apenas... Vida que se segue. Pelo menos tá limpo!

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