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sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Olho da Cara!


Não muito tempo atrás, em meio a infantil adolescência de MaGá, ele estava em casa de boa até que estupidamente senta em seu óculos. Que já foi em outras vezes muito judiado, é verdade. Quando foi comentar com sua mãe, não teve outra, teve que ouvir a bronca.

- Mãe, sentei de novo no óculos. Sem querer. – disse MaGá mostrando, sem graça, os óculos pra sua mãe.

- SEM QUERER?! MaGá, você tem que ter mais cuidado com suas coisas. Deixa cair, esquece, senta...

- Oh! Mas foi sem querer mesmo, sério! – interrompeu MaGá tentando justificar.

- Não importa, você já estava precisando ir no oftal e agora vai ter que ir. Liga pra doutora e marca você mesmo pra ir lá amanhã cedo! Ta na hora de ter responsabilidades. – disse a Mãe, comendo MaGá no esporro.

- Aff! Ligo pra onde, quem? – perguntou MaGá sem saber o que fazer.

- É disso que falo, não sabe fazer nada sozinho. Pega o caderno do plano de saúde e liga pra clinica de Alcântara. – responde a Mãe de MaGá.

[Momento WikiShit – ON ]

Alcântara; Bairro de São Gonçalo super populoso. Super não, ULTRA-POPULOSO! Principal causador de enxaquecas de pessoas que não são naturais desse habitat. Pra chegar ao seu destino o sujeito tem que passar por uma verdadeira corrida de obstáculos. Muambeiros, vendedores de chips, distribuidores de panfletos, e tudo aos berros. Local similar aos conhecidos Mercadão de Madureira e calçadão de Campo Grande, ambos no RJ. Se existe inferno astral na terra, esse deve ser o local.

[Momento WikiShit – OFF]

Chegando no oftal MaGá vai fazer o exame de enxergar as letrinhas na tela. Ele se surpreende com o que vê. Melhor, não vê.

- Pode me dizer quais as letras você vê na tela? – pergunta a doutora.

“Que merda hein, era pra ver alguma coisa? To vendo nada!”

- Não to vendo muito legal não doutora. – respondeu MaGá meio desanimado.

- e agora, melhorou? – perguntou a doutora depois de mudar o grau do aparelho.

- ainda nada.

- e agora? – perguntou de novo a doutora depois de mudar novamente o grau do aparelho.

- O que seria melhorar Doutora, não muda nada. – respondeu MaGá meio impaciente.

- Melhorar é melhorar. Fica mais nítido, enxergar melhor. Não quer dizer que você vai enxergar perfeito né. – retrucou a Doutora.

- Um Z e um T? – respondeu perguntando MaGá.

- Humn... é um N e um B.

“F#D&U!”

MaGá então é mandado fazer outros exames. Um tempo depois a doutora volta com os resultados.

- MaGá, então... nada muito sério, você está com ceratocone no olho esquerdo.

- Cera-o-quê?!

- É uma doença degenerativa...

“blábláblá...”

- Putz! E agora? – perguntou MaGá em desanimo.

- Agora você tem duas opções, usar uma lente mais rígida ou fazer uma cirurgia. – respondeu a doutora.

- e o melhor seria? – pergunta MaGá.

- Olha, a lente é mais rígida que a normal e você vai ficar com uma sensação de um cisco, uma pedrinha na vista, incomodando e as vezes um arranhãozinho.

“Vixi, cirurgia então.”

- Na cirurgia será colocado, como disse, um fiozinho em torno da córnea...

“blábláblá...”

-...  Porém...

“O porém... Sempre te o porém...”

-... é que ela pode soltar, e aí você vai ficar com a sensação de algo na vista incomodando e vai ter que procurar o local em que operou para ajustar.

“Ótimo! ... Merda!”

- Prefiro a lente então né. – falou MaGá.

- Então vou encomendar e você volta daqui a um mês que já deve estar pronta. – encerrou a doutora.

Depois de um mês, volta MaGá ao consultório.

-Então MaGá, vamos testar? Você coloca para ir se acostumando ou quer que eu ponha? – perguntou a doutora.

- Tudo bem, eu tento.

Pra que? MaGá leva uma surra da lente. A doutora explica, dá dicas, tenta, mas nada de MaGá conseguir. Até que ela resolve, por ela mesma, adiantar. Do jeito que MaGá ia, ia acabar ficando sem almoço.

- Então, como está? Incomodando, enxergando bem? – pergunta a doutora.

- Pô, então... to enxergando muito bem não, mesma coisa. É bem esquisita mesmo. – diz MaGá.

Sem conseguir parar de piscar, pra cada respirada uma piscadela, não passa três minutos até que a lente cai.

- Ih doutora, acho que caiu. – disse MaGá.

- Tudo bem, normal. Deve ser por causa de tanto piscar, ou pior, as medidas estarem erradas.

“Normal? Medidas erradas? Normal? Ihh...”

Até que a doutora aconselhou MaGá a ir pra casa com ela pra ir se acostumando. MaGá então acata a opinião da doutora  e já sai de lente. Quando sai do prédio resolve fazer um lanche na lojinha mais próxima. No caminho, de repente não sente mais nada na vista.

“É, acho que me adaptei rápido... Vixi! F#D!!!”

A lente caiu, e não foi em um lugar qualquer não. É no meio da rua, em Alcântara. Aí foi pânico total. Sorte, e muita sorte mesmo é que a lente tinha uma coloração azulada e meio ao desespero MaGá conseguiu ver ela no chão. Voltando ao consultório encontra a doutora no corredor, que de primeira já pergunta.

- Não perdeu não, né? – diz com um sorriso no rosto.

- Hehehe... Quase, ela caiu ali embaixo agora pouco. – disse com vergonha estampada na cara.

- Toma cuidado, essa é uma lente cara. – diz a doutora.

- Cara quanto? – pergunta MaGá, meio curioso e apreensivo também.

- Em torno de 900 reais.

“HÃÃÃN!?”

- Não tem como fazer uma seguro não? Não é com muito orgulho, mas me conheço, comigo ela vai ta sempre em perigo. – diz MaGá meio sem graça.

Nesse momento chega a mãe de MaGá no consultório, estava nas redondezas fazendo umas compras e foi encontrar MaGá pra ir embora.

- O que aconteceu, tudo bem? – perguntou a mãe.

- A lente caiu do MaGá, ali na rua e ele veio me trazer. Estava perguntando se tinha um seguro, mas isso não é possível. – disse a doutora com um sorrisinho no rosto.

- Mas não tem como mesmo não, tem certeza? – perguntou a Mãe de MaGá.

- Não Mãe, não tem como. O melhor seguro é o cuidado mesmo.

- Mas esse aqui não tem jeito doutora. Literalmente, só não perde a cabeça porque é presa no pescoço. Já perdi a conta do numero de celulares que ele já perdeu. – diz a Mãe.

- Mas agora ele vai ter mais cuidado, né MaGá? – diz botando a mão no ombro de MaGá. – Então, vai querer botar de novo a lente? – perguntou a Doutora.

- Não, não. Melhor deixar aqui pra ajuste. – respondeu MaGá.

- Tudo bem, depois ligo avisando. Tchau! – se despediu a Doutora.

- Ouviu né, você trate de tomar cuidado e criar responsabilidades. – avisou a Mãe pro MaGá.

“Que MARAVILHA! Meio centímetro e 900 reais em meus cuidados...”

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