- Ô MaGá, tu por
acaso já foi no novo psicólogo aí? Fiquei sabendo que ele pediu pra você ir
procurar ele.
- Eu não. Nem preferi depois de toda aquela confusão, por
quê?
- Não nada não, só curiosidade.
Na verdade Zéh estava preocupado. Ele nunca negou uma
mulher, sempre foi conquistador e sempre de vangloriou por suas conquistas, mas
ultimamente vinha deixando isso meio de lado. Isso estava deixando ele
preocupado. Por esse motivo resolveu procurar o Dr. Edir.
- Algum distúrbio que queria compartilhar meu jovem? –
indagou o Dr. Edir.
- Não sei dizer não doutor. – respondeu Zéh meio receoso.
- Por favor, Dr. Edir. Mas pra que você veio até aqui
afinal?
- Gayzisse Dr. Edir, gayzisse! – desabafou Zéh, como se
tirasse um peso das costas.
- Hum... Isso é sério, muito sério meu rapaz! Sinta-se a
vontade para aprofundar mais o assunto. – disse o doutor gesticulando com a
mão, continuidade ao assunto.
- Tem três querendo e eu fugindo doutor! Nem começa os
trabalhos e eu já acho que vai dar problema no futuro, e daí já da vontade de
meter o pé! – responde Zéh.
- Hum...
- Tenso... Homem fugir de “trabalho” certo nunca ouvir
falar. To ficando preocupado! – disse Zéh expondo sua preocupação.
- Eu já ouvi falar. Não acredito que seja gayzisse, já estudei sobre o assunto.
Você está com a Síndrome de Gay-Lussac.
- Gay-Lussac Doutor? Mas isso não é papo de química, física,
coisa assim? Já ouvi falar disso, mas tava no colégio.
- Sim, sim, também. Estudei sobre o sujeito, e a partir
desse estudo elaborei a Síndrome de Gay-Lussac.
- Mas Doutor, o que isso tem haver comigo, com minha situação?
– perguntou Zéh preocupado.
- Você acha que a expressão “gay” vem da onde? – diz o Dr.
Edir colocando os pés sobre a mesinha de centro. – Por que toda bixona é Alegre nos States? Qual foi meu jovem,
viadagem é mais antigo que seu avô e o meu. Essa expressão GAY apareceu por
causa dessa Lessie francesa. A França é o berço dessa parada. Todo aquele
charme de Paris, aquele papo de Moda... Não tem hoje em dia um treco que as
meninas pintam a unha aí... – parou coçando a nuca enquanto tentava lembrar. –
Chamam de francessinha né!? Então, é
por ai.
Zéh paralisou de boca aberta em frente ao Dr. Edir, ele
realmente era tudo que diziam. O cara estava viajando.
- Gay-Lussac era uma bixinha que viveu na França no final do
séc. 18 e inicio do séc. 19. Naquele frio daquela terra, em vez de procurar um
rabo de saia pra se esquentar, queria ficar estudando gases... Uma bixona! A
Europa é uma putaria meu jovem. Terra fria, o pessoal que é se esquentar de
qualquer maneira. É vodka, Whisky, e metelancia debaixo do edredom! Ta me
acompanhando?!
Nessa hora Dr. Edir já estava empolgadíssimo nas suas
explicações, até os pés já tinha tirado da mesa de centro. Enquanto Zéh apenas
concordava com a cabeça, atônito a toda a explicação.
- Pois então, na França é cheio de piriguetezinhas e assim como os homens, ela querem se esquentar. Em
certo momento da história, devido a falta de homem nas redondezas de onde
Gay-Lussac vivia, umas três ou quatro meninas procuravam o Gayzito pra umazinha
né, esquentar a noite. – disse batendo as costas de uma mão sobre a palma da
outra, simbolizando um gesto de metelancia. – Mas a bixinha além de só querer
saber de trabalhar, tinha um problema com gases. Esse vinha desde a infância.
Sempre que uma menininha chegava próxima a ele demonstrando segundas intenções,
o moleque teimava a sair peidando. – Dr. Edir então ergue-se na cadeira e
aponta o dedo pra Zéh, no sentido de salientar algo. – É nesse período da
infância que imagino que a aptidão Gay dele se formou, como uma consequência
intra-psicologica do medo da vergonha.
- Humn... – disse Zéh como uma resposta por não saber o que
dizer.
- Devido a esse trauma, o Sr. Gay-Lussac se transformou numa
bixona, porém esse trauma também o ajudou na resolução da lei em que ele
trabalhou durante a sua graduação em Paris.
- Ah é!? – respondeu Zéh no automático, sem já saber porque
estava curioso.
- Sim, claro. No período de faculdade... Você fez né, ou
faz? – perguntou Dr. Edir, tentando manter um dialogo com seu paciente. Sentia
ele meio calado.
- Sim, sim. Estou fazendo. – respondeu Zéh.
- Então, nesse período as saliências são maiores, logo a
pressão aumenta. E como Gayzito era sensível a isso, ele utilizou de sua
própria experiência vivenciada, pra essência da sua Lei formulada.
- Humn...
- Sob um volume e quantidade de gás constante, a pressão é
diretamente proporcional à temperatura. Essa é nada mais, nada menos que a Lei
de Gay-Lussac. – diz estalando os dedos, como se algo fosse magnificamente
desvendado.
Zéh, para os conhecidos de memes, era só “POKER FACE!”
- Esse problema crônico do Gayzito, fez com que ele tivesse
volume constante de gases dentro dele. Com o aumento das saliências, que
podemos fazer uma analogia com a temperatura, as coisas simplesmente
esquentaram conforme suas experiências na infância em relação à faculdade. Ele
também reparou que seu problema de gases aumentou, e de tal ponto a causar
hemorróidas devido a grande pressão dos seus gases. Assim fica simples entender
como ele chegou a sua lei, problema crônico de gases com o aumento das
saliências aumentava pressão de gases dentro dele. Proporcionalmente. - concluiu Dr. Edir.
- A conclusão que cheguei da Síndrome de Gay-Lussac é que
ele pra evitar problemas futuros, os virulentos dessa síndrome tendem a fugir,
se preocupar com outras coisas. No caso dele - problemas constrangedores - ele
focou nos estudos e... No caso dele acabou se dando bem, conseguiu formular uma
lei e levou uma fama. Eu particularmente, como seu Doutor... Minha mente
masculina diria pra você comer as três, simples assim. Mas como sou
profissional, falo para você realmente fugir para não causar danos futuros. Você
só não está disposto a certas coisas. - disse Dr. Edir concluindo seu diagnostico sobre Zéh.
Zéh não conseguia entender o sentindo dele estar ali.
Continuava atônito na cadeira do consultório, sem saber o que responder, apenas
acenou com a cabeça. Dr. Edir então se levantou da sua cadeira e foi até a
porta.
- É jovem, nosso tempo acabou. – disse abrindo a porta.
Zéh então se levantou da cadeira e foi caminhando olhando
pra um ponto fixo perdido no chão.
- Obrigado – eu acho, pensou ele – Dr. Edir.
- Você é um bom rapaz, sensato, continue nesse caminho.
Beijo no C#´!. – disse Dr. Edir com um aceno, fechando a porta logo em seguida.
- Esses jovens de hoje em dia, só complicam. Come logo! –
pensou em voz alta Dr. Edir voltando pra sua mesa.
Por coincidência Zéh encontra Manolo pelos arredores do
SRD. Melhor, Manolo encontra Zéh, que
parecia meio perdido.
- Zéh! – exclamou Manolo. – Tudo bem cara? Que cara é essa,
chapado? – perguntou Manolo rindo da cara de bunda de Zéh.
- Quê? – respondeu Zéh olhando esquisito pra Manolo. – Não,
não, passei ali no consultório desse psicólogo novo aí do SRD. Fui ver qual é a
dele.
- E aí, gente boa?
- Porra, sei lá. Muito doido! Cara, vamos tomar uma. –
respondeu Zéh, meio que sem resposta.
Seguiu Zéh então em
direção ao quiosque e Manolo foi junto, ficara curioso sobre o que e por que
ele tinha ido atrás do Dr. Edir. Zéh não
respondeu muita coisa, e não foi nem por vergonha, simplesmente não sabia o que
dizer. Disse apenas que ficou sabendo que o Gay-Lussac era uma bixona da
França. Manolo por sua vez foi, o que parece, infectado pela curiosidade de
conhecer o louco Dr. Edir. Imaginou que pelo menos boas histórias iria ouvir.


Nenhum comentário:
Postar um comentário