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Depois de mais uma magamentada, MaGá quebrou a perna e teve
que pôr gesso. Era sua última semana com o gesso quando voltando do colégio e
indo pra casa sentiu algo no seu pé, entre seus dedos algo meio gelado, meio
pastoso. Estranhoso! Quando reparou
melhor... Merda! E literalmente. Cocô de pombo.
MaGá se sentiu inconformado,
revoltado! Era muito azar. Como pode, com tanto lugar pra acertar o pombo caga
logo na perna com gesso e pior, entre os dedos.
“Que
merda!”
Depois de uma semana e gesso retirado,
MaGá seguiu sua vida e nem lembrava mais do pombo, mas parece que o pombo não
esqueceu de MaGá.
Em meio a uma tarde ensolarada com
direito cafifa – pipa – MaGá estava normalmente brincando, olhando pra o céu
quando, sente uma gota ou algo parecido na testa.
“CHUVA?!”
Então repara no sol que estava
fazendo. Quando resolve secar a tal gota com sua camisa repara que não é
simplesmente uma gota d’água. É titica! A camisa amarela está embranquecida e
sua testa... cagada!
Depois desses dois presentes, MaGá
novinho que só, já tinha uma nova missão de vida: Caçar o pombo!
Não fazia ideia de como, afinal, o
pombo podia partir pra qualquer lugar, já que abusou e cagou o suficiente de
MaGá. Porém no fundo MaGá estava se sentindo o Cérebro de “Pink e o Cérebro”,
cheio de ideias de – em vez de dominar o mundo – pegar o pombo.
Mas MaGá é MaGá e ele tava mais pra
Coyote ou Dick Vigarista e suas trapalhadas.
Mais uma semana se passou e essa
empolgação de acabar com o pombo foi desaparecendo a medida que perdia as
tardes assistindo Chaves na TV. Mas já na semana seguinte enquanto pegava
goiaba na goiabeira pra sua avó fazer doce, sentiu... Dessa vez não pegou, a
titica passou próximo de MaGá e espatifou-se no chão.
“Filho
d..”
“Ó
a boca MaGázinho!”
Já pensou na sua vó o repreendendo.
Era o mesmo pombo. MaGá tinha
certeza, estava virando uma coisa pessoal. Ele estava lá em cima, no topo da
goiabeira. MaGá sentia o pombo rindo dele, um flashback passou na sua cabeça. O
tanto de titica que já levou por causa desse pombo e quase mais uma agora. Não
ia ficar assim.
Na varanda estava seu carrinho que
usava para carregar a mochila e nele tava o elástico com que prendia a mochila
– aqueles elásticos que tem uns ganchinhos em cada ponta pra prender.
Não pensou duas vezes, MaGá iria
fazer de tudo pra pegar esse pombo. Foi na varanda e pegou o elástico.
Não é mais surpresa pra ninguém.
Vai da merda pro MaGá.
Então foi ele pra missão. Começou a
lançar o elástico pro alto pra tentar acertar o pombo, mas nada. Nessa de
elástico lançado, os ganchinhos se prendiam nos galhos da goiabeira e lá estava
MaGá puxando de volta. Dando os estanques
como se estivesse numa brincadeira de marimba. Em meio a um estanque e outro,
da sala, a mãe e a Vó de MaGá só observavam e não entendiam nada.
- Quê que você ta fazendo aí
menino? Você não vai conseguir pegar goiaba nenhuma assim – disse a avó.
- Calma Vó.
- MaGá, você vai se machucar com
esse elástico aí, pode parar. Isso pode voltar e pegar em você. – disse a mãe.
PRAGA
LANÇADA!
Aviso de mãe é quase igual praga.
Quase não, é mesmo. Digo praga, mas no final das contas é mais um aviso pro bem,
pra evitar o mal. Mas esse mal sempre vem quando o aviso é dado.
- MaGá, não vou falar de novo,
larga esse elástico aí! – disse de novo, elevando a voz.
- Calma mãe! – respondeu enquanto
tentava pegar o pombo ainda.
Na cabeça de MaGá ele estava muito
perto de pegar o pombo, mas só na cabeça dele. Durante um estanque no elástico a praga chegou. Chegou junto com a ponta do
ganchinho pegando no meio da testa.
ÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁIIIIIIIIIIIIIIII!!!
Pronto! Berreiro aberto, pombo
fugido e pior, mãe com a razão. A mãe de MaGá sai correndo da sala e pega ele
pelo braço com toda força possível.
- Não te falei, não te falei! Meu
DEUS! Por que você não me escuta?! – diz berrando.
- Nãããããooo... Ai, tá doendo! – diz
chorando enquanto sua mãe o puxa pelo braço.
- Tá bom, tá bom, ele já aprendeu, você
vai arrancar o braço desse menino. – disse a avó.
- Ele me tira do serio mãe! Todo
dia é uma besteira! Vai lá, vai lá na cozinha e pega um gelo pra botar nesse
galo na sua testa.
Galo mesmo. Galo tipo Galo da
Madrugada, tipo Galo Carijó e qualquer outro tipo de galo. MaGá tava com um ovo
na testa, mas ovo no estilo da páscoa. Terrível!
No dia seguinte o ovo que parecia
ontem um ovo de avestruz, tava agora parecendo um ovo de codorna, menos mal.
Ainda ficou uma marca na testa de MaGá.
Na escola assim que MaGá entrou em
sala a tia ficou preocupada e curiosa, não passou três semanas e ele estava com
um gesso na perna, agora isso?
- Que houve MaGá, que foi que você
aprontou dessa vez?
- Tava caçando um pombo tia.
Alvinho, amigo desde sempre não
perdeu a oportunidade de “brincar” com o amigo.
