A Festa já, já começaria, mas antes os
noivos teriam que passar pelo ritual de apedrejamento, disfarçado socialmente,
claro, pela chuva de arroz.
Os padrinhos e madrinhas se alinharam
formando um corredor para a passagem dos noivos, bem no estilo corredor
polonês. Mas ao invés de ataques com socos e pontapés, chuva de arroz. Zéh, no
entanto, ao invés de chuva resolveu fazer um ataque, mas não de socos e
pontapés.
- Olha só! – disse rindo e mostrando o
arroz em sua mão.
Foi os noivos passarem pelo corredor, para
os padrinhos comemorarem no “êêêê!” e tacando arroz para o alto, exceto, Zéh,
que mirou direto na cara da madrinha que estava à sua frente.
- ÊÊÊÊÊ... Pfff.. rrrrr.. érc! Cóf,
cóf! – se desesperava a madrinha tentando tirar o arroz da boca, enquanto todos
vibravam e, Zéh e MaGá riam.
A madrinha já começou a festa tendo que
comer um rolinho primavera, vacilo!
Passado o apedrejamento simbólico de
arroz, com direito a rolinho primavera, a tensão estava instaurada por conta da
dançazinha do Superman. A turma tava
tentando bolar um jeito de não dançar, mas o povo tava sem ideia, só o Manolo
surgiu com uma, não muito boa na verdade, mas...
- P#rr4! Vamos beber, e que se f*d@!
Ok! Se for pra passar vergonha, que
seja de uma forma, desavergonhada. A
mãe de MaGá estava presente no casamento, claro, e já começava a observar MaGá a
quantidade de copos passando na mão dele. Três já eram de se assustar para ela.
Ele no canto só observa a mãe dele o observando com aquele olhar AltGr66. Ele
então resolve ir lá amenizar a situação.
- Ô mãe, pode parar de olhar torto, tá.
Olha só, é um dia especial, único..
- Mas não precisa exagerar né. Sei
casamento do seu melhor amigo...
- Não! Quer dizer, sim! Mas eu to sendo
padrinho, né... Pa-dri-nho, saca?!
O diálogo é então, interrompido. A
noiva chega e pede pra MaGá avisar aos outros que daqui a pouco vai ser a
dança. F#deu!
“Porque
eu, logo eu, tenho que ser o mensageiro da noticia que ninguém quer receber?!”
Os padrinhos eram “só o nervosismo”. Um
padrinho olhando pro outro, uma madrinha pra outra, todos entre si... Todos
procurando uma resposta, ou melhor, uma saída de emergência! Claro, exceto o
casal Lambaeróbica e a Noiva.
Não teve jeito, não teve Superman que salvasse. O lance foi
dançar. A padrinhagem toda no meio do
salão no passinho do “Superman Ficou Fraco,
Foge Mulher Maravilha”. Uns fluindo, outros, todo torto, e os espectadores,
todos de pé e rindo. No final das contas todos se divertiram e meio que acabou
sendo a abertura da pista de dança.
Depois de um bando de palhaços
dançando, sem saber dançar, qualquer um era dançarino. MaGá que o diga! Já meio
alterado – não na visão dele – não resistiu e soltou as frangas nas músicas dos
anos 80 e 90. Do “É o Tchan!” ao “Ela perguntava, Do you wanna Dance?!”.
Pausa nas músicas, hora do buquê. Os
padrinhos e uns amigos já estavam planejando roubar a cena e pegar o buquê na
hora que fosse lançado, mas ficaram sabendo que para os homens, seria lançado
uma caixa de Whisky.
- P#rr@! Como assim vai jogar uma
garrafa de whisky, ta maluco!? – pergunto MaGá.
- Não, né! Tu ta maluco?! Vou tacar a
caixa vazia, quem pegar a caixa, leva a garrafa. – desenhou Alvinho pra MaGá.
- Ah, tá! F#d&u, então! Essa caixa
é minha, vou fazer igual Superman, vou voar e pegar essa caixa. Pode anotar!
Superman tá forte! – disse MaGá, alterando-se.
Foi-se o buquê das mulheres, que na
verdade foi um sapo de pelúcia, vai entender. Alguma encalhada pegou e parecia
que foi gol. Umas alegres, contentes pela amiga que pegou, e outras, invejando,
lamentando e já verificando no caledário o próximo casamento pra tentar desencalhar.
Só Jesus na causa! Como se um buque
de casamento fosse um Vale-Marido, cada uma...
Para os homens a história é diferente.
Genial a ideia do Whisky. Afinal, que homem solteiro, em sã consciência, vai
para o casamento do amigo, que, querendo ou não vai ficar “menos amigo”. Vai
querer casar? Psicólogo nele! Melhor, garrafa de Whisky!
E lá foi a caixa, voando, lentamente,
sobre os padrinhos e convidados. Todos com os bracinhos pipocando pro alto, até
que...
É um avião? Não! É um pássaro? Não! Superman?!?!!
Não! Era o MaGá, que depois de saltar igual um louco, voava com os braços
esticados, chegando cada vez mais próximo da caixa que ia em sua direção, até
um gordo alto na sua frente esbarrar e desviar ela. MaGá voa pro chão.
“FilhuDáP#t4!!!”
Mas como um brinde, uma conspiração do
universo, ela cai ao seu lado. Sem titubear, ele disputa, puxa, arranca a caixa
de alguém que tava por ali. Pra quê?! MaGá sofre um montinho matrimonial, todos
em cima dele, com direito ao gordão! Por que diabos, as pessoas acham que vão
conseguir pegar, mesmo sabendo que tem umas duas camadas de gente abaixo? Não
acham, fazem de sacanagem!
Não
consegui, então se f*d& o magrinho!
MaGá sai de lá debaixo, só o pó, igual
papel amassado! Entrega a caixa pro Manolo e pede pra ele segurar, então corre
pro banheiro pra se recuperar. Olha no espelho e é só sorrisos.
- Sabia que tu ia conseguir, Superman!
Enquanto isso Manolo pegava todos os
créditos e tirava foto com a garrafa, junto com o casal. Beleza, que se dane!
Segue a festa.
Na festa, mais música, mais dança, mais
bebida e mais gente se alterando. Indo por essa combinação, chegou Rafa, todo
alterado, todo bolado. Tava cheio de ciumezinhos por uma das madrinhas, e tava
engraçadão, então MaGá resolveu ajudar.
- Que isso, cara! Deixa assim não, vai
lá, dá bronca! Tu que foi o padrinho dela na hora da cerimônia, tu que é o par.
E berrava Rafa no salão, chamando a
madrinha pro seu lado, pra constrangimento alheio e, risadas de MaGá e Manolo.
Já no fim, a Mãe de Alvinho resolveu
encerrar com a festa. Mas não porque tava tarde, ou ela queria já ir embora ou
Mi-mi-mi! A mãe de Alvinho em meio a um sorriso aqui, um rodopio ali, cai! Se
espatifa no chão e machuca o pulso. Preocupação geral, a pista se esvazia e
lentamente, sem perceber, a festa acaba. Simples assim.
Melhor amigo, gravidez, PAI! Padrinho,
casamento, dancinha, Superman! É o Tchan, Thacabum, Whisky...
