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Era sexta-feira e para alegria da turma iria
rolar uma Sextaneja no SRD. Pra entrar no clima, o esquenta foi ao estilo
caipira, com muita cachaça. Então foram Manolo e Zéh comprar a cachaça no prédio 5. Não é bem “legal” comprar as coisas no SRD, então foram na moita. De lá
trouxeram 1 litro da branca e outro litro de uma com sabor.
Para acelerar, resolveram jogar mau-mau valendo
dose de cachaça. Inventaram um jeito de jogar.
Lá estavam toda a turma e uma amiga do Alvinho, a Bombom. Se alguém quisesse sair
teria que esperar sete rodadas, logo, já sairia daquele jeito. Não deu uma hora
de jogo e a turma já tava alterada.
MaGá do jeito que tava alterado não ia durar
até as 3 da manhã. Ficava tentando se equilibrar em um skate que tinha no
quarto, para preocupação da Bombom.
- Sai daí garoto! Você vai cair desse negócio.
A cada desequilíbrio MaGá virava uma dose de
cachaça, fazendo as piores caretas possíveis. Não suportava cachaça, mas tava
no embalo da viola.
Enquanto a turma bebia no quarto ao som de Luan
Santana e muito berreiro, MaGá e Rafa foram no quarto de um amigo, onde estava rolando um esquenta e iria aparecer umas meninas. Pra surpresa de MaGá, uma
menina que ele tinha ficado – milagres existem – tinha aparecido.
Calmamente nervoso e no brilho, ele tenta controlar a vergonha.
- Prazer, eu sou o Rafa, fiquem a vontade, tem
umas cervejas aí. Esse é o MaGá e esse o Fulano.
Entre as apresentações feitas por Rafa, uma das meninas era de
uma daquelas cidades de São Paulo em que com certeza já ouvimos falar, mas não
sabemos como e quando.
- Oi, sou Paulinha.
- Você é de onde? Tem um sotaque aí. – disse
Rafa.
- Hehe, sim. Sou de Paulínia, São Paulo.
- Ah, sei. Conheço Paulínia! – interrompeu
Fulano.
- Hahaha! Sabe nada Fulano, deixa de ser cara
de pau! – disse Rafa, caindo na gargalhada.
MaGá – muito no brilho – achou muita graça e
quando olhou pro Fulano e viu a cara de culpado e sem graça não resistiu,
cuspiu toda cerveja que tava bebendo na hora e caiu na gargalhada. Mas
existiu um porém – sempre há um porém com MaGá – na sua frente tava uma menina,
e essa ficou literalmente cuspida. MaGá foi da gargalhada à maior cara de sem
graça da face da terra. Pra gargalhadas de Rafa e Fulano.
- Desculpa?! – perguntou MaGá com um sorriso
sem graça.
- Sim, sim. – disse ela limpando a perna.
Depois dessa MaGá voltou pra junto da turma já
com o intuito de ir pra festa e beber ainda mais pra esquecer essa vergonha.
Chegando lá Alvinho estava com um papo de uma
amiga que fazia francês e que tinha duas amigas francesinhas magrinhas que
estavam na Lapa.
- Uma dose por isso! – brindou MaGá, sendo
acompanhado por Zéh.
Manolo e Zéh foram pra festa aloprando e nessa
MaGá foi junto. Todos já estavam misturando as idéias na cerveja. Rafa apareceu
logo em seguida junto com as meninas. Entre uma música e outra - de Luan Santana
às duplas sertanejas com esses nomes compostos - MaGá quase fora de si resolve
então externar uma piada que o consumia por dentro.
“Porque
todo mundo tem que pedir ‘Toca Raul!’ ?”
- Toca JUSTIN BIEBEEER!! – berrou MaGá achando
que estava causando.
Na cabeça de MaGá, a ideia era que tava a maior
barulheira, tipo festa eletrônica lotado de caixas de som. O que na verdade não
era, o salãozinho só tinha duas caixas de som e tava rolando música ao vivo.
Mas MaGá não tava nem aí; o mundo tava girando, luzes brilhando, tudo barulhento. Só reparou o Rafa rindo perto dele.
“O Rafa por
aqui? Cadê o Manolo e o Zéh?!”
Ele resolveu então sair um pouco dali e sentar
no banco dos véio – as coisas rodavam. Ali ele encontrou Alvinho sentado, que
deu a ele uma garrafa d’água pra beber.
- E ai, bora pra Lapa da França? – MaGá levanta e
sai andando em direção ao quarto, arrancando risadas de Alvinho.
Chegando no corredor do quarto ele percebe que
a menina que ele tinha ficado está indo atrás dele. Rapidinho ele entra, pula
na cama debaixo do beliche e se esconde debaixo do colchão. Isso mesmo, debaixo
do colchão. Dali debaixo só escuta a Bombom brigando com o Zéh.
- Sai daqui garoto! Não vou ficar contigo não,
bebe essa água.
- Só um beijinho, vai. No máximo respeito. –
perturbava Zéh.
Até que timidamente, a menina bate na porta.
- MaGá ta aí?
- O maluco ta ali embaixo. – disse Bombom.
“Fdp!”
- Oi! – salta MaGá de debaixo do colchão. –
Escapuli ali pra baixo. Hmn.. to muito bem não.
- Toma uma dose que melhora. – aconselha Zéh.
- Vou ali no banheiro. – diz MaGá se fazendo de
maluco e tentando sair pela tangente.
Ele sai andando e a menina vai logo atrás dele na
intenção de ajudar. No banheiro MaGá não faz nada, até porque não tava com
vontade de nada. Resolve então voltar pra festa. Vão de mãos dadas pra
desespero dele. Ele não se acostumava com isso. Chegando no local piorou. O cansaço
tomou conta, o mundo rodou e a única coisa que conseguiu foi pegar as mãos da menina
e dizer:
- Olha só, foi mal, mas to malzão! To bem não,
fica ai, se diverte e depois a gente se fala. Tchau.
MaGá voltou pro quarto, bebeu um gole d’água e
caiu na cama como chegou. No dia seguinte a ressaca era triste, lembrava de
pouco. Acordou só na hora do almoço. Na preguiça e com dor de cabeça foi até o
AP do Rafa. Assim que abriu a porta veio uma lembrança e com ela a vergonha. A
menina que ele cuspiu toda a cerveja estava lá.
- Oi! Hmn.. Foi mal por ontem. – disse coçando
a cabeça.
- Faaala Justin Bieber! – diz Rafa rindo.
MaGá não entende muito bem, mas Rafa explica
pra remorso dele.
“Putz! Que
merda!”
Andando de volta pro quarto viu Alvinho e
Bombom chegando. MaGá andava igual zumbi.
- Caraca hein! Tá mal hoje! Papelão ontem hein,
coitada da menina! – disse bombom arrancando risada de Alvinho.
- Como assim?
- Porra! Tu é muito cara de pau cara! Nunca vi
isso. – disse virando pra Alvinho. – O maluco chega na cara da mulher é diz
“Olha só... Não vou ficar contigo hoje, não quero! Tchau!”
- Hahahahah... – ria muito Alvinho.
- Pára! Disso eu lembro, juro que não falei
isso. Falei pra ela que tava passando mal e fui. Só isso, para de inventar.
- Inventar o cacete! A menina ficou puta!
Hahah.. Olho espantada vendo ele sair, não acreditando no que ele fez e quando
volto a olhar pra menina, cadê? Tasco um beijão no Manolo que já tava a noite
toda tentando. – disse rindo.
- Táquepariu! Maldita cachaça!
