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sábado, 30 de novembro de 2013

O Jardineiro Fiel

É certo que existem os “arroz”, que só acompanham e os “arames lisos”, que só cercam e não pegam ninguém. Sagacidade, assim como periculosidade, está com os “Jardineiros”. Pois as amigas, essas devem ser tratadas como flores ou plantas que dão frutos. 


Você, o interessado, deve regar semanalmente, diariamente, sempre que possível, sua amiguinha. Assim como faria com uma com uma flor. Pode levar tempo, mas um dia ela irá desabrochar. Como se diz: colhemos o que plantamos. Então, para colher, tem que plantar a semente e regar, esse é a ideia. 


Aquele elogio do nada, quando menos se espera. O sorriso despretensioso. Seja um Jardineiro de destaque. Sempre presente. Uma hora desabrocha, vai dar fruto ou uma bela flor. E aí, é só pegar, apreciar o momento.


Porém, existem certas variáveis para o “Jardineiro”. Certeza, só uma, a de muito trabalho. 


Existe a possibilidade de regar, dar fruto e perder o momento. Aí, o fruto pode cair no chão e assim, sem volta. Hora de experimentar novas espécies, novas flores, ir atrás de novos frutos. Mas sempre há a possibilidade de você ter a sorte e o fruto, assim como a maravilhosa maçã de Newton, cair na sua cabeça. Como um presente, uma dádiva! Camarada, aí pode se considerar um sujeito - um Jardineiro - no mínimo, diferenciado. Você é um Jardineiro Newtoniano. 


Manolo, pensador. 
Seu ajudante filosófico.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Pegue o Pombo!


Depois de mais uma magamentada, MaGá quebrou a perna e teve que pôr gesso. Era sua última semana com o gesso quando voltando do colégio e indo pra casa sentiu algo no seu pé, entre seus dedos algo meio gelado, meio pastoso. Estranhoso! Quando reparou melhor... Merda! E literalmente. Cocô de pombo.

MaGá se sentiu inconformado, revoltado! Era muito azar. Como pode, com tanto lugar pra acertar o pombo caga logo na perna com gesso e pior, entre os dedos.

“Que merda!”

Depois de uma semana e gesso retirado, MaGá seguiu sua vida e nem lembrava mais do pombo, mas parece que o pombo não esqueceu de MaGá.

Em meio a uma tarde ensolarada com direito cafifa – pipa – MaGá estava normalmente brincando, olhando pra o céu quando, sente uma gota ou algo parecido na testa.

“CHUVA?!”

Então repara no sol que estava fazendo. Quando resolve secar a tal gota com sua camisa repara que não é simplesmente uma gota d’água. É titica! A camisa amarela está embranquecida e sua testa... cagada!

Depois desses dois presentes, MaGá novinho que só, já tinha uma nova missão de vida: Caçar o pombo!

Não fazia ideia de como, afinal, o pombo podia partir pra qualquer lugar, já que abusou e cagou o suficiente de MaGá. Porém no fundo MaGá estava se sentindo o Cérebro de “Pink e o Cérebro”, cheio de ideias de – em vez de dominar o mundo – pegar o pombo.

Mas MaGá é MaGá e ele tava mais pra Coyote ou Dick Vigarista e suas trapalhadas.

Mais uma semana se passou e essa empolgação de acabar com o pombo foi desaparecendo a medida que perdia as tardes assistindo Chaves na TV. Mas já na semana seguinte enquanto pegava goiaba na goiabeira pra sua avó fazer doce, sentiu... Dessa vez não pegou, a titica passou próximo de MaGá e espatifou-se no chão.

“Filho d..”

“Ó a boca MaGázinho!”

Já pensou na sua vó o repreendendo.

Era o mesmo pombo. MaGá tinha certeza, estava virando uma coisa pessoal. Ele estava lá em cima, no topo da goiabeira. MaGá sentia o pombo rindo dele, um flashback passou na sua cabeça. O tanto de titica que já levou por causa desse pombo e quase mais uma agora. Não ia ficar assim.

Na varanda estava seu carrinho que usava para carregar a mochila e nele tava o elástico com que prendia a mochila – aqueles elásticos que tem uns ganchinhos em cada ponta pra prender.

Não pensou duas vezes, MaGá iria fazer de tudo pra pegar esse pombo. Foi na varanda e pegou o elástico.

Não é mais surpresa pra ninguém. Vai da merda pro MaGá.

Então foi ele pra missão. Começou a lançar o elástico pro alto pra tentar acertar o pombo, mas nada. Nessa de elástico lançado, os ganchinhos se prendiam nos galhos da goiabeira e lá estava MaGá puxando de volta. Dando os estanques como se estivesse numa brincadeira de marimba. Em meio a um estanque e outro, da sala, a mãe e a Vó de MaGá só observavam e não entendiam nada.

- Quê que você ta fazendo aí menino? Você não vai conseguir pegar goiaba nenhuma assim – disse a avó.

- Calma Vó.

- MaGá, você vai se machucar com esse elástico aí, pode parar. Isso pode voltar e pegar em você. – disse a mãe.

PRAGA LANÇADA!

Aviso de mãe é quase igual praga. Quase não, é mesmo. Digo praga, mas no final das contas é mais um aviso pro bem, pra evitar o mal. Mas esse mal sempre vem quando o aviso é dado.

- MaGá, não vou falar de novo, larga esse elástico aí! – disse de novo, elevando a voz.

- Calma mãe! – respondeu enquanto tentava pegar o pombo ainda.

Na cabeça de MaGá ele estava muito perto de pegar o pombo, mas só na cabeça dele. Durante um estanque no elástico a praga chegou. Chegou junto com a ponta do ganchinho pegando no meio da testa.

ÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁIIIIIIIIIIIIIIII!!!

Pronto! Berreiro aberto, pombo fugido e pior, mãe com a razão. A mãe de MaGá sai correndo da sala e pega ele pelo braço com toda força possível.

- Não te falei, não te falei! Meu DEUS! Por que você não me escuta?! – diz berrando.

- Nãããããooo... Ai, tá doendo! – diz chorando enquanto sua mãe o puxa pelo braço.

- Tá bom, tá bom, ele já aprendeu, você vai arrancar o braço desse menino. – disse a avó.

- Ele me tira do serio mãe! Todo dia é uma besteira! Vai lá, vai lá na cozinha e pega um gelo pra botar nesse galo na sua testa.

Galo mesmo. Galo tipo Galo da Madrugada, tipo Galo Carijó e qualquer outro tipo de galo. MaGá tava com um ovo na testa, mas ovo no estilo da páscoa. Terrível!

No dia seguinte o ovo que parecia ontem um ovo de avestruz, tava agora parecendo um ovo de codorna, menos mal. Ainda ficou uma marca na testa de MaGá.

Na escola assim que MaGá entrou em sala a tia ficou preocupada e curiosa, não passou três semanas e ele estava com um gesso na perna, agora isso?

- Que houve MaGá, que foi que você aprontou dessa vez?

- Tava caçando um pombo tia.

Alvinho, amigo desde sempre não perdeu a oportunidade de “brincar” com o amigo.


- Quem tava caçando quem? Acho que ele ganhou né. – disse arrancando gargalhadas da turma, uma risadinha da tia e um sorriso amarelo de MaGá.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O Casamento: A Festa!

  
A Festa já, já começaria, mas antes os noivos teriam que passar pelo ritual de apedrejamento, disfarçado socialmente, claro, pela chuva de arroz.

Os padrinhos e madrinhas se alinharam formando um corredor para a passagem dos noivos, bem no estilo corredor polonês. Mas ao invés de ataques com socos e pontapés, chuva de arroz. Zéh, no entanto, ao invés de chuva resolveu fazer um ataque, mas não de socos e pontapés.

- Olha só! – disse rindo e mostrando o arroz em sua mão.

Foi os noivos passarem pelo corredor, para os padrinhos comemorarem no “êêêê!” e tacando arroz para o alto, exceto, Zéh, que mirou direto na cara da madrinha que estava à sua frente.

- ÊÊÊÊÊ... Pfff.. rrrrr.. érc! Cóf, cóf! – se desesperava a madrinha tentando tirar o arroz da boca, enquanto todos vibravam e, Zéh e MaGá riam.

A madrinha já começou a festa tendo que comer um rolinho primavera, vacilo!

Passado o apedrejamento simbólico de arroz, com direito a rolinho primavera, a tensão estava instaurada por conta da dançazinha do Superman. A turma tava tentando bolar um jeito de não dançar, mas o povo tava sem ideia, só o Manolo surgiu com uma, não muito boa na verdade, mas...

- P#rr4! Vamos beber, e que se f*d@!

Ok! Se for pra passar vergonha, que seja de uma forma, desavergonhada. A mãe de MaGá estava presente no casamento, claro, e já começava a observar MaGá a quantidade de copos passando na mão dele. Três já eram de se assustar para ela. Ele no canto só observa a mãe dele o observando com aquele olhar AltGr66. Ele então resolve ir lá amenizar a situação.

- Ô mãe, pode parar de olhar torto, tá. Olha só, é um dia especial, único..

- Mas não precisa exagerar né. Sei casamento do seu melhor amigo...

- Não! Quer dizer, sim! Mas eu to sendo padrinho, né... Pa-dri-nho, saca?!

O diálogo é então, interrompido. A noiva chega e pede pra MaGá avisar aos outros que daqui a pouco vai ser a dança. F#deu!

“Porque eu, logo eu, tenho que ser o mensageiro da noticia que ninguém quer receber?!”

Os padrinhos eram “só o nervosismo”. Um padrinho olhando pro outro, uma madrinha pra outra, todos entre si... Todos procurando uma resposta, ou melhor, uma saída de emergência! Claro, exceto o casal Lambaeróbica e a Noiva.

Não teve jeito, não teve Superman que salvasse. O lance foi dançar. A padrinhagem toda no meio do salão no passinho do “Superman Ficou Fraco, Foge Mulher Maravilha”. Uns fluindo, outros, todo torto, e os espectadores, todos de pé e rindo. No final das contas todos se divertiram e meio que acabou sendo a abertura da pista de dança.

Depois de um bando de palhaços dançando, sem saber dançar, qualquer um era dançarino. MaGá que o diga! Já meio alterado – não na visão dele – não resistiu e soltou as frangas nas músicas dos anos 80 e 90. Do “É o Tchan!” ao “Ela perguntava, Do you wanna Dance?!”.

Pausa nas músicas, hora do buquê. Os padrinhos e uns amigos já estavam planejando roubar a cena e pegar o buquê na hora que fosse lançado, mas ficaram sabendo que para os homens, seria lançado uma caixa de Whisky.

- P#rr@! Como assim vai jogar uma garrafa de whisky, ta maluco!? – pergunto MaGá.

- Não, né! Tu ta maluco?! Vou tacar a caixa vazia, quem pegar a caixa, leva a garrafa. – desenhou Alvinho pra MaGá.

- Ah, tá! F#d&u, então! Essa caixa é minha, vou fazer igual Superman, vou voar e pegar essa caixa. Pode anotar! Superman tá forte! – disse MaGá, alterando-se.

Foi-se o buquê das mulheres, que na verdade foi um sapo de pelúcia, vai entender. Alguma encalhada pegou e parecia que foi gol. Umas alegres, contentes pela amiga que pegou, e outras, invejando, lamentando e já verificando no caledário o próximo casamento pra tentar desencalhar. Só Jesus na causa! Como se um buque de casamento fosse um Vale-Marido, cada uma...

Para os homens a história é diferente. Genial a ideia do Whisky. Afinal, que homem solteiro, em sã consciência, vai para o casamento do amigo, que, querendo ou não vai ficar “menos amigo”. Vai querer casar? Psicólogo nele! Melhor, garrafa de Whisky!

E lá foi a caixa, voando, lentamente, sobre os padrinhos e convidados. Todos com os bracinhos pipocando pro alto, até que...

É um avião? Não! É um pássaro? Não! Superman?!?!! Não! Era o MaGá, que depois de saltar igual um louco, voava com os braços esticados, chegando cada vez mais próximo da caixa que ia em sua direção, até um gordo alto na sua frente esbarrar e desviar ela. MaGá voa pro chão.

“FilhuDáP#t4!!!”

Mas como um brinde, uma conspiração do universo, ela cai ao seu lado. Sem titubear, ele disputa, puxa, arranca a caixa de alguém que tava por ali. Pra quê?! MaGá sofre um montinho matrimonial, todos em cima dele, com direito ao gordão! Por que diabos, as pessoas acham que vão conseguir pegar, mesmo sabendo que tem umas duas camadas de gente abaixo? Não acham, fazem de sacanagem!

Não consegui, então se f*d& o magrinho!

MaGá sai de lá debaixo, só o pó, igual papel amassado! Entrega a caixa pro Manolo e pede pra ele segurar, então corre pro banheiro pra se recuperar. Olha no espelho e é só sorrisos.

- Sabia que tu ia conseguir, Superman!

Enquanto isso Manolo pegava todos os créditos e tirava foto com a garrafa, junto com o casal. Beleza, que se dane! Segue a festa.

Na festa, mais música, mais dança, mais bebida e mais gente se alterando. Indo por essa combinação, chegou Rafa, todo alterado, todo bolado. Tava cheio de ciumezinhos por uma das madrinhas, e tava engraçadão, então MaGá resolveu ajudar.

- Que isso, cara! Deixa assim não, vai lá, dá bronca! Tu que foi o padrinho dela na hora da cerimônia, tu que é o par.

E berrava Rafa no salão, chamando a madrinha pro seu lado, pra constrangimento alheio e, risadas de MaGá e Manolo.

Já no fim, a Mãe de Alvinho resolveu encerrar com a festa. Mas não porque tava tarde, ou ela queria já ir embora ou Mi-mi-mi! A mãe de Alvinho em meio a um sorriso aqui, um rodopio ali, cai! Se espatifa no chão e machuca o pulso. Preocupação geral, a pista se esvazia e lentamente, sem perceber, a festa acaba. Simples assim.

Melhor amigo, gravidez, PAI! Padrinho, casamento, dancinha, Superman! É o Tchan, Thacabum, Whisky...

Ser Padrinho... Maneiro P4R@C4R@7#*!!!

sábado, 27 de julho de 2013

O Casamento: O dia.


MaGá estava todo empolgado. Estava na beca e ia ser padrinho.

Que foda! o/

A única coisa que tava pegando era o papo da dançinha, mas beleza, se tá na chuva é pra se molhar.

Antes de a noiva chegar tava a turma toda na entrada do salão esperando. A noiva tava fazendo aquele charme novelesco de atraso. MaGá e Zéh não perderam a oportunidade e começaram a zoar.

- Iiihh... to achando que não vem mais não. – comentou Zéh.

- Ouvi dizer ali do lado, que ficaram sabendo que ela tava a caminho de Búzios. Eu acho isso maior vacilo!

Alvinho era só o sorriso constrangedor para os convidados que chegavam, aparentemente nem ouviu as brincadeiras, era puro nervosismo.

Um que também estava nervoso era o Tico, mas esse era padrinho e MaGá foi logo tentando acalmar.

- Que isso cara, relaxa! Quem ta casando não é você, tu é só o padrinho. Quem ta se enforcando é o Alvinho. – disse rindo e dando uns tapinhas no peito.

Passado algumas meias-horas a noiva chega. Então chegava a hora de se alinhar com as madrinhas na entrada do salão.

MaGá então estendeu o braço à sua madrinha, o cruzaram, estufou o peito e se preparou para entrar. Chegou a escutar uns blá-blá-blás da madrinha, mas nem deu bola.

- MaGá... blá-blá-blá... entra sorrindo... blá-blá-blá... foto... blá-blá-blá

Wiskas sachê, wiskas sachê, wiskas sachê!

- OK!

MaGá passou pelo tapete vermelho todo bobo, tava felizão, mas dava graças a Deus por ser apenas um padrinho. Se via longe desse momento.

Em meio aos risos bobos e burburinhos entre os padrinhos, o pastor chega em MaGá por trás e da um tapinha no seu ombro. MaGá entra em desespero.

Ah não! Que merda que eu fiz agora?!

- Você é maior de idade?

Ai cacete! Que fiz agora, to bêbado? To agindo como uma criança e vale o esporro? Olhei pra mulher de algum miliciano de Nova Iguaçu? Merda! Se eu for de maior quem se ferra sou eu e se for de menor é meu pai?

- Ei! Você tem mais de 18 anos?

MaGá responde, travado, que sim, apenas acenando com a cabeça.

- Então... quando eu chamar preciso que vá lá na frente assinar como testemunha. Tudo bem?

Ahhh! Ta de sacanagem que é só isso? P#RR4! Que susto...

- Ta beleza.

Fora a cerimônia, outra expectativa estava no ar. A hora do “Alguém tem algo contra a dizer?”. Não que se trate apenas de um clichê de filme de comédia romântica que o pessoal tava afim de ouvir, mas realmente a turma tava achando que existia a possibilidade de algo acontecer. Tudo porque no inicio do ano a mulher do Alvinho tinha discutido feio com a namorada de um dos melhores amigos dele. E como todos sabem, mulher é tudo “viadinho”, cheio de picuinhas e todas vingativas. Existia a possibilidade.

- E aí, vocês acham que rola um barraquinho básico hoje? – perguntou Zéh.

- Ah, acho que não, será?

- Bora fazer uma apostinha? Boto vintinho que rola. – disse Manolo torcendo pra rolar um Jungle Fight.

- Hahaha... Ia ser engraçado. É muita FD#utagem fazer aposta disso. Tá, só pra não dizer que não brinquei, boto cinquinho. – ria MaGá, junto com os outros.

Quando o pastor fez a tão esperada pergunta a padrinhagem toda se pegou olhando entre si. O clima de tensão estava solto no ar. MaGá viu, assim como ele, alguns com um sorriso no rosto. MaGá ainda ficou sabendo no final da festa, por Chico, primo de Manolo, que na mesa onde ele estava junto com a tal menina também ficou com aquele clima.

Acabou que um silêncio se instalou no ar. Era um “NÃO!” bem grande para alegria de Alvinho, que depois confessou ter ficado apreensivo. Mas, para tristeza de Manolo, que esperava um pouquinho de circo pegando fogo.

Depois desse clímax e sim-sim, foi a vez do pastor chamar MaGá, mas como não foi pelo nome, ele deu uma boiada.

- As testemunhas desse casamento, por favor se aproximem.

Teve o Zéh que cutucar pra ele se ligar.

- Ah, tá. Beleza. – disse seguindo para a assinatura.

Já no caminho teve confusão. A madrinha de MaGá tomou sua frente, forçando ele a dar uma parada. Então resolveu ir pelo outro lado, mas ali estava a mulher da filmagem, mais o pastor. Fudeu! MaGá então travou. Então resolveu por fim, voltar e ir atrás da madrinha. Chegando para assinar ainda teve que ouvir uma gracinha da mulher e da mãe de Alvinho.

- Que foi MaGá, ta nervoso? Não é você que tá casando não. – disse a mulher.

- Ih, MaGá ta nervoso, hehehe... – disse a Mãe de Alvinho.

MaGá não tava nervoso, mas essas brincadeirinhas, mais a câmera filmando ele com aquela luz na cara, também não estava ajudando. Pra melhorar ainda teve piadinha do pastor.

Como era papo de testemunha, assinatura, MaGá imaginou que tinha que ser algo todo certinho. Resolveu então por o nome completo, que até que não era grande. Enquanto assinava, o pastor lançou uma para alegria do povo.

- Não precisa botar CPF e RG não meu filho. – disse o Pastor arrancando risadas de uns e um sorriso amarelo de MaGá.

Isso é vacilo! No microfone é vacilo!

Pra não sair apenas com cara de bunda, MaGá resolveu dar uma avacalhadinha na filmagem, e assim que termina a assinatura, solta dois joiínhas pra filmagem.

Depois da assinatura de testemunha de óbito, o pastor seguiu com a finalização do seu discursozinho comédia. Chegara então a hora boa, a Festa.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Casamento: Bebê a Bordo!

MaGá estava na sala de TV do SRD com uma amiga quando recebeu uma mensagem de Alvinho.

[ Vou ser pai. ]

- Hahaha... Não é possível, tipo, como assim!? - riu incrédulo e pensando em voz alta.

- O que houve?

MaGá nem deu ouvidos, foi logo tirar a dúvida com Alvinho.

[ Ta de sacanagem?! Não, tu tá né! ]

De repente subiu um calafrio pela espinha de MaGá, coisa de filme de terror. “Como assim!? Já pensou se fosse comigo? C4R@LH*!”. Assim que voltou a realidade mandou mensagem pra toda turma.

[ Alvinho vai ser PAI! Do tipo: bebê a bordo! ]

Zéh:

[ C@@@@@R4LH***!!! PQ#! ]

Manolo:

[ Caô! Ninguém ensinou ele a usar camisinha não? Anticoncepcional, conhece? Do dia seguinte?!  ]

Rafa:

[ Não pode, isso é sacanagem! ]

Alvinho:

[ Aqui, só não fala pra geral ainda, vou ir falando aos poucos ]

Ih, deu merda!

Depois de quase duas ou três semanas da mensagem ao estilo O Chamado, Alvinho voltou a ligar e dessa vez com uma proposta, deixando bem claro a necessidade de uma resposta imediata.

- MaGá, quer ser padrinho? Eu vou casar e o casamento vai ser daqui a um mês mais ou menos.

- Casar!?

- É, cara.

- Como assim “é cara”. Como assim!?

- Cara, to todo enrolado aqui. Precisa ver terno e outras coisas. Vai querer?

- Sim, né!

- Beleza, depois falo contigo melhor.

Tun tun tun...

MaGá então lembra de um comentário de um amigo que já foi padrinho: Padrinho parece ser só diversão, mas tem uma trabalheira e tem uma despesa que dói. Parece que tá casando.

Ok! Mulher selecionada, data escolhida, local escolhido e Padrinhagem escolhida: Rafa, Manolo, Zéh, MaGá e Tico (primo do noivo). Alvinho então reuniu e levou todos ao salão para ver os lances de posição, tempo e blá-blá-blá. Tudo tranquilo até MaGá ficar sabendo que vai rolar uma dança dos noivos e dos padrinhos.

- Então, vamos dar uma ensaiada rápida na dança pra gente ter uma ideia das posições? – opina a madrinha do Tico, com todo apoio e sorriso do padrinho.

“Esse povinho da lambaeróbica”

- É serio mesmo esse papo de dançinha? – pergunta MaGá pra Rafa em voz baixa.

É sim e pelo que fiquei sabendo vai ser aquela do “Superman ficou fraco

- Ah não, ta de sacanagem! Isso é culpa do Youtube, coisa de americano que quer aparecer e bota essas coisas na internet. Por que não faz o tradicional? Pastor pergunta, sim, sim, beijinho na boca, festa e pá-pun lua de mel!

- Por mim a gente ensaia numa boa, dá uma zoada e na hora da dança, do vamô vê, geral some. Eu não vou, tá maluco! – disse Zéh, cheio da convicção.

Depois de alguns “Foge mulher maravilha, foge Superman” o próximo passo era as roupas. Lugar escolhido, centro de Nova Iguaçu. E lá vai MaGá mais uma vez pra esse inferno terrestre, mas sorte que não ta indo de ônibus.

Chegando lá as madrinhas foram junto com a noiva para uma seção da loja e o noivo e os padrinhos pra outro. Na loja de ternos a graça ficou sendo o atendente, esse, meio, “meninona”. O primeiro a experimentar foi o Rafa.

- Vai Rafinha, vai rafinha. – cantou Zéh em voz baixinha e sexy.

A brincadeira do Zéh arrancou risada da turma, um sorriso constrangedor de Rafa e um sorriso sacana do atendente.

Enquanto Rafa era atendido, a turma era só risada e ele provavelmente não entendia nada, só ouvia risos, mas a cada ação da meninona, Zéh simulava um diálogo.

- Nossa, mas que bumbum delícia branquinho. – disse Zéh com uma voz Clodovil enquanto o quadril era medido.

- Hahah.. Huahahau.. Kkkkkk... – risadas ao fundo para constrangimento de Rafa.

Depois de Rafa foi Manolo e Tico, que claro, foram sutilmente bolinados, para alegria da turma.

Chegava então a vez de MaGá. Enquanto ia ao caminho do inevitável, já ouvia as risadas ao fundo. Não conseguiu segurar e já foi com um sorrisão no rosto. Sensação pior que ser apalpado é ter o sorriso correspondido pela meninona.

Essa meninona ta gostando da brincadeira, que bandida!

Quando MaGá vestiu a roupa para a medida, nem ele segurou a risada. A calça era pequena – tinha pelo menos um palmo de canela aparecendo –, tava com um sapato 44 no estilo pé de pato e o terno não tampava os pulsos. Legítimo Jeca Tatu. Chegou a perguntar se tinha um maior, mas a meninona disse que para tirar as medidas não precisava.

Só comigo, só comigo!

Quando a meninona foi ajeitar a cintura para tirar a medida, MaGá no impulso, deu uma travada na bunda.Só ouviu as risadas, nem um pouco sutis, ao fundo.

Que merda!

O bom é que no geral a medição foi rápida, incolor e sem traumas.

[ lapso MaGamental ON ]

Zéh:

- “rápido, indolor e sem trauma...” SEU VIADINHO!!!

[ lapso MaGamental OFF ]

Depois do filho feito, local escolhido, data marcada e roupa alugada, só faltava, O dia!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

MaGanifestando

20 de Junho de 2013. Por volta das 18:00. Aos arredores da Prefeitura do Rio de Janeiro. Próximo a Praça Onze.

VEM PRA RUA, VEM! VEM PRA RUA, VEM!!!”

MaGá foi para a manifestação de quinta-feira junto com Zéh, Manolo e uma amiga deles, Juba. Eles estavam na caminhada junto com todo o RJ. Era inacreditável a quantidade de pessoas nas ruas, e nos prédios, piscavam as luzes e balançavam bandeiras ou toalhas brancas.

- PISCA! PISCA! PISCA! PISCA!!! – gritava quem estava na rua.

- Pisca, pisca, pisca, o c###´! – gritou Manolo.

Era muita zoeira, um cartaz melhor que o outro.

“Sauna e Montanha Russa por R$ 2,75”

MaGá, Juba e Zéh andavam e tentavam entrar em contato com alguns conhecidos que estavam por ali. Mel, Sonsinha e Monicão. Mas nada de conseguir, só sabiam que elas estavam mais a frente e só.

Quando chegaram próximo a prefeitura – já dava para observar a estação de metrô da Cidade Nova – não tinha mais como andar. Pararam por ali. Papo vai, papo vem, uma lagrima vem.

- Acho que soltaram pimenta lá na frente. – disse Manolo esfregando os olhos.

BANG!!!

Começa uma correria. Enquanto uns correm, outros pedem pra sentar, outros pra andar, Juba pra resistir e Manolo some.

- Cadê o Manolo? – pergunta Juba segurando o braço de Zéh.

Manolo estava perto, atrás de uma árvore.

BOOOM!!!

Começava a ficar mais freqüente os barulhos de bomba.

MaGá continuava a tentar mandar mensagem ou ligar pra Sonsinha, mas não conseguia.

- Cortaram o sinal, fizeram o mesmo em São Paulo. – disse Juba.

- Porra, mas como assim!?

Do nada, as luzes da Presidente Vargas apagam. Mas não de toda a Presidente Vargas, só ali onde eles estavam. MaGá não resiste, ri.

- Caraca mané! Estilo filme de guerra civil, que maneiro! Hahahah

[ lapso MaGamental ON ]

Beltrame se encontra numa sala, junto com o Prefeito e o Governador. Observa as imagens do que ocorre aos arredores da prefeitura pelo helicóptero que por ali sobrevoa. Pelo rádio pede para cortar os sinais de internet e telefonia nas proximidades da prefeitura. Passado algum tempo:

- Apaguem as luzes!

[ lapso MaGamental OFF ]

- Maneiro!? Você ta maluco!? Bora meter o pé dessa merda! – disse Manolo.

Foram todos indo, mas sem escolha, empurrados pela multidão. Do nada o celular de MaGá vibra.

[ Cadê vcs??? ] – perguntava Sonsinha.

[ Estamos na pista da esquerda ao lado da rodoviária, andando ] – MaGá.

Enquanto tentava enviar mensagens ou escrever, MaGá ia perdendo o foco e se distanciando dos outros. Do nada já estava do outro lado da rua.

- Esse MaGá é autista né? – disse Juba pra Manolo. - Vem pra cá!

[ Indo para entrada da central ] – MaGá.

[ Em que lugar maga??? Marca um ponto! ] – Sonsinha.

- Vamos sair logo daqui. Vamos pra central, vamos embora! – disse Manolo.

- Não! Vamos pra ALERJ! – dizia Juba, tentando convencer todos.

- Gente, tenho que ir pra Rodoviária. Tenho um amigo lá e ele não é daqui, é de Juiz de Fora. Veio só pra ver o jogo.

- Porra, Zéh! Manda ele pegar o ônibus pra Juiz de Fora e ir embora, que saco! Tem TV lá não? – disse Manolo, já revoltado com tudo.

- Calma aê!

Ia MaGá, perdido entre: prestar atenção nas mensagens, nas reclamações de Manolo em ir embora, o amigo de Zéh de Juiz de Fora que tava por aí, Juba querendo resistir e, prestando atenção por onde andava.

[ Entrada da central. Pessoal aqui ] – MaGá.

[ Qual???? Vem pra frente do palácio do Caxias!!! ] – Sonsinha.

[ Encontra a gente em frente ao palácio do Caxias!! ] – Sonsinha.

- As meninas estão ali no Pantheon. Bora ali encontrar elas.

- Diz pra virem pra cá, os ônibus saem daqui.

-Não gente, vamos pra ALERJ! – voltava Juba com o papo da ALERJ.

- Porra Juba, você ta maluca?! Tenho c#´, tenho medo! Vamos embora.

[ Ta foda ir pro palácio, vem pra central ] – MaGá.

[ Estou em frente ao pantheon!!!! ] – Sonsinha.

- Aqui, vocês esperam aqui então, que eu vou ali atrás delas e já volto. Pode ser?

- Isso, vamos lá! Vocês ficam aqui esperando. – disse Juba.

“Que piroca das idéias!“

[ Na calçada em frente!! ] – Sonsinha.

[ VEM PARA O PANTHEON!!!! ESTOU EM FRENTE!!! ] – Sonsinha.

[ Aqui. Em frente ao pantheon de Caxias ] – MaGá.

[ To indo pra Candelária! Cansei de esperar! ] – Sonsinha.

[ Larguei Manolo e Zéh. Espera, to com a Juba ] – MaGá.

[ Porra!!! Marca um ponto direito!! ] – Sonsinha.

Em meio a bombas, celular, mensagens, correria; um pouco de sorte. Sabe-se como, MaGá e Juba, acharam as meninas.

- Porra! Que demora, sabe marcar ponto não MaGá?!

- oi!

Resolveram ligar pra Manolo pra saber onde estavam e se estavam bem. Manolo responde que já estavam no ponto de ônibus. Beleza, vida que segue, mas não pra Central. O Choque já tinha chegado próximo e a cidade tava pegando fogo. De mãos dadas foram correndo em meio aos barulhos de bombas.

BANG!!! BOOOOM!!!

- Gente, pra que correr? Calma. Vamos pra ALERJ. – dizia a Juba.

- PORRA JUBA! OLHA PRO LADO!!! – dizia Sonsinha sob os sons das bombas e ao redor, o povo quebrando tudo que via pela frente.

- Gente, isso lembra minha infância! – disse Juba no seu momento Arquivo Confidencial do Faustão.

“Poooooooorra! Que isso, novinha, que isso! Nasceu no Afeganistão, Iraque?!”

Mel e Monicão puxavam o bonde correndo. Pensaram em ir para o IFCS, mas chegando perto alguém disse que a polícia já tinha chegado lá e tava cercando. Merda! Resolveram procurar o metrô. Chegaram na estação de metrô da Carioca, mas estava fechada. Andaram mais um pouco e acharam um policial. Nada. O cara disse que todos os metrôs estavam fechados, tinham tacado fogo na cabine da policia na Central, ônibus aqui não tava passando, se tentassem taxi iam pagar pra ficar parado porque estava tudo parado.

- Porra policial, o que a gente faz então?! – estourou Mel.

- É pra ir embora a pé, ué! Partiu Nova Iguaçu? – disse um manifestante que tava passando por perto.

- Pooorra!

Em menos de dois minutos decidiram. Central não dá. Sentido ALERJ, Candelária não dá. Seguiram pra Lapa.

Chegando lá tudo beleza. Até demais. Tinha um sujeito com um carrinho de som – alto pra cacete! -, fantasiado de Michael Jackson dançando na rua.

- Ta de sacanagem esse maluco!

Papo vai, papo vem e quase o desentendimento entre as amigas chega. MaGá tava lascado. Cercado de mulheres em meio ao caos. Sorte, e, graças a Deus não estavam naquele dia, imagina. Depois de alguns blá-blá-blás resolveram entrar num bar. Belmonte.

Lá dentro tudo de boa. Programação nas TVs: BANDnews e GLOBOnews. Pra não ficarem com cara de fugitivos resolveram pedir alguma coisa. Três refrigerantes e cinco copos. Sonsinha e Monicão eram as esfomeadas de guerra, uma foi de pastel e a outra de empada, mas ambas estavam dispostas a dividir. Isso até chegar. O pastel parecia de aniversário de criança e a empada uma minicoxinha pálida. Risadas liberadas em meio à tensão.

- Pô irmão! Ta faltando os pastelzinho da porção não? – perguntou Monicão.

- É gente, acho que não vai dar pra dividir não.

Enquanto isso cada um resolveu ligar pra casa pra dizer que estavam bem. Estavam todos de boa na Lapa.

Passados alguns minutos, na TV mostra o batalhão de choque chegando na Lapa. Que merda! Ninguém acreditava, todos tinham acabado de “acalmar” as mães pelo celular dizendo que estavam na Lapa. Exceto Juba.

- Mãe! Relaxa, foi só um pouco de pimenta e bomba. Claro que não vou ficar perto de polícia, sabe que odeio polícia. O que eles podem fazer? Só tacar pimenta, bomba de efeito moral... Bater? Duvido! Tem que resistir mesmo!

“Mas que porra é essa! Só pode ser neta do Osama essa menina!”

As meninas resolveram ligar pro Manolo pra saber como ele e o Zéh estavam. Manolo já estava na Brasil a caminho do SRD e Zéh tinha ido pra Rodoviária atrás do amigo.

- Seu viado! Frouxo! Vai tomar no seu c#´! Ah, não, é disso que você gosta! – gritava Mel ao telefone.

- Tu tem é que ficar 1 mês sem levar no c#´, sua princesa! – berrou Monicão.

“Isso que é revolta feminina!”

- MaGá é meu herói! Aquelas princesas saíram correndo!

- Ui! MaGá herói!

- O Zéh e o Manolo também não dificultaram né, foram embora. – desconversou MaGá.

De repente.

- FECHA AS PORTAS! ELES TÃO VINDO! – berrou alguém.

Logo em seguida se sentia os olhos, garganta e nariz arder.

- VINAGRE, VINAGRE, VINAGRE! – berravam pelo bar.

Todos foram para o canto do bar com panos na cara enquanto do lado de fora se ouvia copos quebrando e bombas sendo jogadas. Na TV mostrava o batalhão de choque passando pelos arcos. O amigo da Sonsinha acabara de mandar uma mensagem dizendo que o Bope foi às ruas e estavam usando arma letal, que era pra ficarmos de olho no Facebook. Porém as baterias de todos já estavam acabando. Só uma coisa vinha à cabeça: Fudeu! Foram uns 20 minutos de choro, pimenta e vinagre na cara, mas depois deu uma acalmada e voltou o momento bate-papo e descontração.

Mel em vez de vinagre resolveu usar leite de magnésia. Ok. Porém em meio ao caos, talvez, tenha exagerado um pouco. A cara tava toda branca.

- Hahaha a Mel tá toda gozada! – disse Sonsinha.

- Porra Sonsinha, desnecessário né!

- Melíssia, Melíssia, assim você me mata!

Passado algum tempinho e em meio ao papo.

- Vou falar mesmo, a fama dele é de PIKA GRANDE e CHUPADOR de B#C*T@! – disse Mel na mesa, pra todo Belmonte escutar.

- Que iiisso!!!

- Vou falar mesmo, guardo segredo não.

- OI?! Que você falou?

- PIKA GRANDE e CHUPADOR de B#C*T@!

- Como?!

“Porra! Ta surda, levou muita bomba no Camboja quando criança?! C4r@lh*!”

- PIKA GRANDE e CHUPADOR de B#C*T@!

- Nooossa! Ótimo currículo!

Não restava mais duvida pra MaGá, de alguma forma pimenta era afrodisíaco, ou, algum tipo de alucinógeno para as mulheres.

Passou algum tempo e as coisas estavam mais calmas, mas sem muitas notícias. Sabíamos que a Central tava ferrada, a Candelária e Cinelândia provavelmente um caos. Tínhamos recebido mensagens dizendo que Praça XV e até as barcas em Niterói estavam tendo confusões. Alguns já estavam indo embora do bar.

- Aqui, que horas o bar vai fechar? – pergunta Sonsinha.

- Daqui uns dez minutos.

“HÁ HÁ HÁ HÁ HÁ!!!”

- E agora, o que vamos fazer?

- Vamos procurar um Motel pra passar a noite e aproveitamos pra fazer uma suruba patriota sobre essas bandeiras. – sugeriu alguém, zoando um pouco nesse momento caótico.

MaGá nem reparou quem falou, quando ouviu a palavra suruba, travou. Deu #ERROR no cérebro, tela azul, PAN!

“OI? Como?! Poooorra! Polícia pra quem precisa, eu preciso de polícia!”

O grupinho saiu. Na rua, todos os bares estavam fechados, só alguns andavam por ali. Quando passava algum carro da PM, vaia pra eles. Acharam um hotel ali próximo e foram ver. Mel iria pra casa e poderia levar só uma pessoa, iria a Sonsinha. Beleza, quarto pra três.

- 90 reais pra três. – disse o porteiro.

- Ok, vamos ali falar com o pessoal e depois voltamos.

Nada de suruba. Ficaram sabendo que ali próximo passava um ônibus pra Campo Grande e, MaGá e Juba, poderiam ficar na casa de Monicão. OK. Beijinho, beijinho, tchau, tchau. Seguiram os três guiados pela sorte. Vamos por aqui, essa rua não, vamos ali, por aquela e assim foi indo.

Numa esquina viu que uns travecos ou putas - com certeza naquela situação toda de caos não dava pra diferenciar - tentavam fazer um troco.

- Será que tem mesmo algum retardado que vem pra rua hoje pagar pra comer alguém?! – disse Juba.

- Porra, Redtube nunca foi tão seguro. Sem perigo de pegar AIDS, bala de borracha ou pimenta na cara.

Entre um traveco (ou puta) e outro, um sai da esquina e vai próximo a um carro. Estica o braço e, “Bip Bip!”. Entra no carro. Rapaz, um belo carro!

“Cão! Mandou essa não!”

Vida que segue. Uns fudidos com nada, e outros fudidos com carro.

Eles seguiram sendo guiados pela sorte e avistaram, de longe, um suposto ponto, com dois ônibus. Um superlotado e outro com uma fila gigante. Beleza, quem sabe, né? Chegaram lá tiveram a confirmação de que “pior que tá, não fica!”. Era o tal ônibus pra Campo Grande. Uou! O ônibus superlotado era só zoeira, disseram que invadiram e ninguém pagou a passagem. Chegou outro e geral que estava pendurado saiu pra invadir. Já Dentro do ônibus um dos passageiros fez uma suplica:

- Gente, por favor, ninguém grita, por favor! Quero chegar logo em casa!

Ônibus partiu e alivio tomou conta. Que dia, que dia! Se “AMANHÃ VAI SER MAIOR”, por favor, chamem o Spielberg, por que vai rolar um Resgate do Soldado Ryan à Brasileira, digno de Oscar.

MaGanifestando: Porque até do terror da pra gozar.