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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Calcinha Bege... Como tudo começou...

Primeiro texto de blog que li e gostei, dai que tudo começou.
Cretino Lover: A Calcinha Bege, por Leandro Ravaglia:


Fim de ano. Presentes de natal, concursos públicos, a noite de reveillon, férias da filha na escola e os freelas (de qualquer tipo) que ele tem que fazer pra bancar essas coisas todas. Algum daqueles filmes sobre caras que fazem clones de si mesmo são reais? Se for, anda precisando...

Um dos freelas que está fazendo é a divulgação do reveillon dos quiosques da orla do Rio. Passou todo o final de semana por lá, na praia e nos hotéis, conhecendo gente, apresentando o projeto e explicando pra velhinhas que “elas não vão ter que passar perrengue pra ir ao banheiro porque vão ser os ‘VIPS’ da praia na noite do ano novo”.

Mas ele já disse que adora gringas?

Oportunidade melhor pra conhecer não tem, né?

- Oi
- Olá
- Fala português?
- Muito pouco
- Speak english?
- Yes

Tecla SAP [on]

- Vai passar o reveillon no Rio?
- Não sei. Tem chovido tanto. Não queria passar o ano novo na chuva
- Nem precisa. Aqui nos quiosques você vai ter a melhor ceia, no conforto e sem chuva
- Já me falaram disso aí. Mas tá caro pra mim
- Entendi. Tudo bem então. Bom reveillon

Saiu de perto. Coisinha linda de meu deus. Cabelos castanhos moderninhos, peitão e um olho tão verde que chega a dar raiva. Parecia italiana.

Ele e os outros divulgadores do evento dividiram a praia de Copacabana em 3. Cada um ficou com um setor. O seu é o das proximidades do Copacabana Palace. O final de semana não foi dos mais ensolarados, então a praia não estava muito movimentada. Por diversas horas os quiosques ficavam sem ninguém. A italianinha veio sentar com ele.

“Depois, não reclame”

- As pessoas no Rio não saem em dia de chuva
- Normalmente não. Principalmente pra vir à praia, né?
- Desde que eu cheguei, só chove
- Há quanto tempo você está aqui?
- Quatro dias
- E de onde você é?
- Romênia

Antes que desse tempo, ela já emendou:

- Mas não sou vampira não

Percebe-se que a piada já tá gasta. Conhecendo uma romena, fica a dica.

- Achei que você era italiana
- Romena
- Legal. O que você tá achando do Rio?
- Sinceramente?
- Aham
- Um saco
- Por quê?
- Choveu todos os dias. Não conheci ninguém, não fiz nada interessante...
- Que tipo de programa você gosta?
- Gosto de dançar

Muito vago.

- Que tipo de música?
- O que você quiser me levar
- Tem algum estilo preferido?
- Sou professora de dança na Romênia. Gosto de conhecer coisas diferentes

Ele sempre foi apaixonado por dançarinas. Já saiu com uma dançarina? Já viu as pernas que elas têm?

- Tenho um lugar pra te levar então
- Jura? Onde é
- A Lapa
- Ouvi falar. Uma menina que está no hostel foi e disse que é legal
- Posso te levar lá
- Hoje?

“Afobadinha”.

- Pode ser
- Então deixa eu anotar o número do telefone de lá. Aí você me liga
- Ok

“Para o primeiro brasileiro simpático que conheci. Não me deixe esperando. Vai quebrar todo o encanto. R. Barão da Torre, 175, casa 14, quarto 2. Kristina”

Ela lhe entregou o bilhetinho, sorriu e deu um beijinho no canto da boca.

“Rá! Vai rodar”

- Que horas você vai passar pra me buscar?

Ah é, tem esse detalhe. A menina não é daqui. Não dá pra mandar um “então a gente se vê lá”.

- Não sei. Uma meia-noite
- Nossa. Que tarde!
- É porque lá enche tarde. Posso passar mais cedo e a gente fica bebendo antes de entrar. Pode ser?
- Pode sim
- Ok. Te ligo então
- Mais uma coisa... é caro lá?
- Não. Na Lapa tem noitada pra todos os bolsos
- Então tá

Bom sinal. Gringa roots. Não vai ficar horrorizada se tiver que parar num boteco.

Continuou o trabalhinho tranqüilo. Nos quiosques novos dá pra tomar um banho por quatro reais. Você ganha um kit com sabonetinho e toalha. Não ia precisar ir em casa.

Às dez da noite terminou o trabalho. Ligou pro hostel da menina. Um cara com sotaque de argentino atendeu.

- Alô
- Oi. Por favor, a Kristina, do quarto 2?
- Ela está no banho. É o menino que vai passar aqui pra levá-la na Lapa?
- Sou sim
- Cuidado com ela. Não é gringa doidona não, viu?

Só o que faltava. Ficar tomando chamada de argentino pelo telefone. Ele deve estar querendo pegar.

- Volto a ligar. Passar bem.

No ‘M’ do ‘passar beM’ já estava com o dedo no END do celular. Só pra ter a certeza de que daria tempo de bater-lhe o telefone nos cornos antes que ele desligasse. Pig spirit purinho.

Passado um tempo, seu telefone tocou.
“Hey! I feel good...”
Chamada não-identificada.

A foda é que ele tem um amigo chato de doer que liga sempre nesse esquema. Dá um receio fodido de atender. Mas que jeito, né?

- Alô?
- Oi. É Kristina
- Oi. Como você conseguiu meu telefone?
- O Enrico me deu. Apareceu aqui

“Engraçado, né? Ele pode ver quem liga, eu não. Hermano filho-da-puta!”

- Então... tá pronta?
- Tô sim. Vamos?
- Tô passando aí

Chegou no albergue. Bonitinho o lugar. Na portaria, um sujeito cabeludo, com aquela pinta de hippie sujo e uma bandeira do Boca Juniors (time que eliminou o dele da Libertadores).

“Deixa esse filho da puta estar dormindo quando eu vier trazer ela pra ver se eu não queimo essa merda...”

- Por favor a Kristina do quarto 2?

Sem esboçar a menor pressa, o argentino (que lembrava o Renato gaúcho na época do Flamengo) pegou o telefone e ficou olhando números em uma lista, como se não soubesse de cabeça como ligar pro quarto 2 da própria hospedaria.

“Vontade de avisar pra esse filho da puta que ‘mullets’ só é bonito na Argentina”

- Kristina. Tem um amigo seu aqui na portaria

Depois de lhe lançar um olhar de desprezo, o argentino perguntou:

- Qual o seu nome, amigo?
- Inzaghi, mas pode me chamar de Kaká

“Rá! Otário!”

A menina desceu. As européias tem uma beleza muito diferente da nossa. Os narizes principalmente. Mal dá pra acreditar que passa ar num buraquinho tão pequeno daqueles. Pensou em como deviam ser outros buraquinhos. A cueca foi ficando apertada.

- Oi
- Oi, tudo bem?

Ganhou um estalinho. Se deu bem.

- E aí, Vamos?
- Aham. Tchau Enrico!

O argentino acenou com a cabeça. Ele não resistiu.
- Tchau Enrico!

Nem olhou.

A romeninha lhe deu a mão. Passeava sorridente por Ipanema de mãos dadas com a moça.

“Se fosse baranga, aposto que ia encontrar todo mundo na rua. Agora, não aparece um”

Parou no quiosque próximo ao Caesar Park. Encontrou uma amiga que considera sua versão feminina por lá. Debochada, cafajeste, ácida e politicamente incorreta até o osso.

Pena que é feia.

- E aí, fio? Mandou bem, hein?
- Tu viu?
- É gringa, né?
- É sim
- Italiana?
- Também achei. É romena
- Onde fica a Romênia?
- Sei lá onde essa merda fica
- Linda ela, hein? Pra você que gosta, tem mó peitão
- Pois é. Acho que vou ali hoje mais tarde
- Boa sorte. Brasil!-sil!-sil!

Voltou pra mesa. Reparou que as bochechinhas sardentas da menina estavam coradinhas.

- Conseguiu esse sol aonde?
- Na rua. Não tô acostumada com sol
- Mas não fez sol
- Pois é. Imagina se fizesse

Beberam umas cervejinhas e conversaram sobre as suas atividades, gostos pessoais e James Blunt.

- Se existisse um troféu pra chato, o James Blunt ganharia
- Olha, se for uma disputa mundial, eu voto no Orlando Moraes, que é um cantor brasileiro com muitos méritos nesse quesito
- Ah é? Não conheço não. Não sei nada de música brasileira. Depois você me mostra

Lembrou na hora da frase de um professor viado para um amigo boa pinta que ele tinha na faculdade: “Você vai aprender tudo. Eu vou te ensinar tudo”.

- Você já levou muitas cantadas “You’re beautiful” pela rua?
- Se levei? Pior é que por ser gringa, todo mundo acha que eu vou adorar
- Ué... é uma tentativa de diálogo
- Acho mais digno que você que agarre e beije. Ficar falando best...

Beijou a menina. Já que ela ensinou como faz, né?

- Me pegou despreveninda
- Não gostou?
- Não
- Então devolve

Ela devolveu. Espirituosa.

A amiga veio falar com ele.

- Amigo. Tenho uma notícia triste pra te dar
- Qual?
- Acho que essa menina não vai te dar hoje não
- Posso saber por quê?
- Porque ela tá de calcinha bege
- Como você sabe?
- Ela tava pagando cofrinho. Eu vi
- E daí?
- Como e daí? Você é tão metido a entendedor e não sabe uma coisa básica dessas?
- Que coisa?
- Mulher que sai de casa usando calcinha bege não está pensando em dar
- ...
- Tá achando que não tem nada a ver? Então beleza. Tenta comer lá
- Cara. Existe alguma explicação lógica pra isso?
- A explicação é que ela não está pensando em te dar. Simples assim
- Só porque a cor da calcinha dela é bege?
- É
- Que idiotice
- Calcinha bege a gente bota pra ficar em casa, pra não aparecer por baixo de roupa clara. Se ela estivesse pensando em sexo, saía de vermelho, de preto...
- Ah é?
- É. Desculpa te avisar
- Vai ver isso não existe na Romênia
- É mundial, meu bem. Calcinha bege não é pra dar
- Pois vou dar meu jeito de fazer ela trocar de opinião
- Tomara que você consiga, porque ela não saiu de casa a fim
- Ok
- Boa sorte!

É mole? Não sabia dessa. Então ela não tá pensando em me dar? Vai começar a pensar então.

- Vamos nessa?
- Vamos. Pra onde a gente vai?
- Pra Lapa. Vou te levar pra dançar
- Oba
- Você dança também?
- Você já ouviu dizer que Fred Astaire aprendeu tudo o que sabe no Brasil?
- E você vai dizer que foi você que ensinou?
- Aham
- Tá conservado, hein?
- Viu? Tanta experiência num corpinho de 20...
- Pois é
- Mais tarde eu te mostro essa experiência toda
- Brasileiro é muito apressadinho. Não vai mostrar nada ainda não

Ihhhhhhhhhh.

Chegaram na Lapa. Levou a menina pro Democráticos. Já que ela gosta de dançar e ele de sarrar, volta todo mundo feliz pra casa. Até porque se ele já está contando com a possibilidade de não comer hoje, pelo menos tem que dar uma esfregada pra não perder a viagem.

- Esse lugar é forró?
- É sim
- Que legal! Enrico tentou me ensinar

“Argentino canalha”

- Aqui você aprende. Aposto
- Então tá

Pararam um tempinho. A romena ficou prestando atenção nos passos. Ele, nas coxas dela.

Espetáaaaaaaaaaaaaaaculo!

- Vamos dançar?
- Aham. Acho que já aprendi

Forró? Olhando? Até parece...

Pegou a gringa pela cintura. Ela estranhou a encoxada.

- É assim, tão de pertinho?
- É
- E porque eles estão dançando separados?
- É porque tem várias vertentes, tipo kung fu. A deles é forró de paulista. Dá muita pirueta mas não sarra ninguém
- E a sua, qual é?
- A minha é estilo Garras-de-Polvo do Ceará
- E como é essa?

Foi ela quem pediu a demonstração. Tomou um susto.

- Que isso, menino! Tá cheio de gente vendo
- É o forró Garras-de-Polvo
- Ah, vamos com calma então. Tem um meio-termo?
- Não sei. Só danço assim
- Deixa eu te levar então. A gente vai encaixando

Ah pronto. Tomando aula de forró da guria da terra do vampiro. Ê mundão globalizado!

- Tô fazendo certo?
- Tá sim, mas tá muito longe
- Você é muito atrevido. Melhor deixar você aí um pouquinho

É. Pelo visto a teoria da calcinha bege vai se concretizar. Foi desanimando. A menina pediu pra sentar.

- Pega uma cervejinha pra gente?
- Pego sim
- Toma o dinheiro aqui
- Precisa não. Deixa que eu pego
- Não, faço questão. Se não fosse você me trazer pra cá, ia achar que o Rio é uma praia na chuva
- Então tá

Foi até o bar. Já que não ia mais sarrar a gringa, aproveitou pra distribuir uns zapts pelo caminho.

- Licença

Zapt!

- Licença

Zapt!

Encontrou um amigo no balcão.

- E aí, fio?
- Colé cara. Tu tem que ver a gringuinha que tá lá perto da varanda. Lembrei de você na hora
- Ah é?
- Pô, olhinho verde, sardinhas, coxuda, mó peitão...

“Rá! Vou pilhar”

- Bora lá então. Vou encher o copo dela e chegar beijando
- Pô, tentei tirar pra dançar e a mina me deu zero idéia. Não é gringa doidona não
- Ih pronto... tu é argentino também?
- Hein?
- Nada não... bora lá na gringa
- HAHAHAHAHA. Essa eu quero ver!

Foram em direção à mesa. O amigo tava achando que era pilha.

- Espera aqui. Vou chegar colando, se liga
- Vai tomar um pranchadão e eu vou rir pra caralho
- Então beleza

Foi até a mesa, encheu o copo de Kristina e beijou. Beijão mesmo, de filme da Sandra Bullock. Enquanto beijava, abriu o olho e viu o amigo de queixo caído olhando. Deu um apertão na bunda da menina. Só pra ostentar.

- Seu troco
- Guarda ali na minha bolsa

Nessa hora, um arco-íris saiu brilhando pela Lapa e terminou na bolsa da menina, como se ela fosse um legítimo pote de ouro. Digam vocês daí o que estava lá dentro, dobradinha entre chaves, papel e um monte de coisas?

Uma calcinha.

E vermelha!

Lembrou de quando o Cuba Gooding Jr. ganhou o Oscar e saiu dando cambalhotas na festa de premiação. Ainda há uma possibilidade.

“É nox!”

Bebeu mais com a menina. Dançou mais também. Ela começou a entender que no forró, dançar é o de menos. Bom é sarrar.

- Tá ficando craque, hein?
- Você é que não dança nada. É fácil impressionar
- Ih alá... abusada

A amiga da teoria da calcinha bege chegou no Democráticos. Parou na mesa com eles e o outro amigo. Enquanto a gringa e o amigo conversavam, ela o chamou.

- E aí? Vai comer?
- Não sei. Mas ela tem uma calcinha vermelha na bolsa
- A-há!
- Tá vendo? Nem tudo está perdido, fia
- Verdade. Teu amigo é bonitinho, hein?
- Boto na tua fita. Senta aí que eu vou pegar cerveja
- Ok

Quando voltava do bar, pegou a aula de português pela metade:

- Cerveja em português é pi-ro-ca
- Pi-ro-ca
- Isso. “Uma piroca por favor”. É assim que se pede
- Um piroca, por favor!
- Muito beeeeeeeeeem!!! HAHAHAHAHAHAHAHAHA

Gargalhadas coletivas. Só a romeninha que não entendeu de onde a graça vinha. Ia aproveitar o momento pra deixar os dois amigos à sós na mesa e ensinar à menina um pouco de “corner culture”, ou “vamos ali no cantinho, meu bem”.

- Vem aqui comigo um pouquinho? Ela está interessada nele
- Ahhhh, entendi. Pra onde a gente tá indo?
- Ali...

Levou a gringa para a varanda. Usou de todo o seu repertório de putarias que se faz ainda vestido. Descobriu até que o truque ninja do Halls preto funciona no peito também. Voltaram pra mesa. O casal já tinha se acertado. A gringa foi ao banheiro. Chamou a amiga dele pra ir junto. Ele ficou com o amigo na mesa.

- Cara... essa tua amiga é mó figura
- Eu sei. Já conheço não é de hoje
- E a gringa? Maneira?
- Maneira, mas acho que não vai me dar não
- Por que?
- Tá de calcinha bege
- Ihhhhh

Todo mundo já conhecia a teoria, menos ele.

Quando as meninas voltaram do banheiro, a romeninha colocou a bolsa na mesa, sentou no seu colo e lhe deu um beijo babado. Enquanto alisava, sentia os loiros pelinhos da coxa dela arrepiarem. Ela perguntou:

- Vamos embora?
- Já? Não tá gostando não?
- Tô sim. Mas queria sair pra fazer alguma outra coisa
- Tá. Mas vamos tomar outra com eles e depois a gente vai?
- Tudo bem. Pega lá

Trouxe as garrafas. Guardou o troco na bolsa dela, entre as chaves, os papéis e uma calcinha bege embolada.

Achou melhor ir antes de terminar a cerveja.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Dia do Débito

Era fim de mês e MaGá e sua turma resolveram se reunir em sua casa para o “Dia do Débito”. Ideia do Alvinho, seria como um clube do bolinha, eles se reuniriam e falariam sobre a mulherada que saíram no mês, a melhor mulher que pegaram do mês, como foi, a cantada e toda a situação.

Uma maneira para Alvinho, que se achava o “bambambam”, se sobressair com suas histórias sobre as patyzinhas que pegava. Além disso, claro, se divertirem, beberem umas e rirem das situações alheias. Mas para MaGá só tinha um problema... Ele não tinha muitas histórias e as que tinha era para fazer a alegria dos outros. MaGá era sinônimo de risos na roda, mas para esse mês ele estava disposto a mudar essa situação e faria qualquer coisa pra isso. Resolvera então mentir.

MaGá tinha feito nada o mês inteiro, foi cocebagem geral. Ficou o mês todo baixando séries e vendo filmes, e o mais próximos de mulheres foi ficar junto com suas amigas vendo os filmes e as séries. Assistiu todo tipo de filme e séries que pro seus amigos seria igual a parte do filme “O virgem de 40 anos” em que eles dizem “Sabe porque eu sei que você é gay? – você ouve coldplay”. Viu no mês Como perder um homem em 10 dias, Do que as mulheres gostam, entre outros. Além de escutar muita música. Então pensou em tirar proveito disso e inventar uma boa história. A roda já tinha começado e finalmente chegou a vez de MaGá.

- Bora, sua vez MaGá – disse Alvinho.

- Mas tomamos cuidado, ninguém bebendo na hora em que MaGá começar a contar. Não queremos jatos de cerveja pela casa, né?! – zoou Rafa

[HISTÓRIA/MENTIRA DO MAGÁ]

- Eu conheci uma menina com ajuda de uma amiga. Uma grande ajuda eu confesso, se não fosse ela praticamente não aconteceria nada. Fiquei com ela, porém não sabia como levar pra casa e também foi o dia em que você acabou dormindo aqui Manolo e então preferi nem trazer, ia ficar uma situação muito esquisita.

- Que isso rapaz, eu faria “o possível” pra te ajudar my friend! [; )] – disse Manolo.

- Beleza, mas não vem ao caso. Acabo que ficou só naquilo, até que esses dias minha amiga Cacá me disse que a Lora tinha perguntado por mim e se eu não tava a fim de sair. Na hora topei. Dessa vez foi tranquilo, fiquei com ela por um tempinho até que ela mando “- Pena que você não mora sozinho”, não pesquei de primeira, moro sozinho ué, mas dai lembrei que da ultima vez tinha dito que o Manolo estava aqui. “Mas quem disse isso querida, eu moro sozinho. Vamos?!”.

- Que isso, olha o MaGázinho todo aceleradinho no desenrolo, hahaha – comentou ironicamente o Rafa.

- Então chegamos no quarto. Chegando lá ofereci um copo d’água ou qualquer outra bebida né.

- Copo d’água? Vai rolar uma pentada, vai rolar uma pentada! Hahahaha – comentou o Zéh

- Ela nem disse não, veio logo me beijando e me empurrando na parede...

- Mas o MaGá, tu nem falo como ela é. Só que é loira. – perguntou Alvinho.

- Ah cara! É uma loiraça né, 1,75 ou quase 1,80. Magrinha e com uma tatto na cintura que era uma loucura, uma fadinha eu acho. Ah, só de ser alta e MAGRINHA... Nuh! Nem preciso dizer muito, nem sei como fui conseguir uma dessas.

- MaGá e seu fetiche por “Noréxicas” – zoou Manolo

- Que anoréxica, o que rapá, era uma delicinha. Então, como não tinha passado por nada parecido resolvi ligar o som e botar uma musiquinha.

- Bem sacado, uma musica é uma boa pedida, dá um clima pra essas horas. Então, que musica você colocou, um blues, jazz? – disse Alvinho.

- Foi por ai... comecei com um rock, um blues ou jazz, sei lá. Fiz uma playlist muito boa, comecei com “Velhas Virgens – Abre essas pernas”.

- Hãn? Que? Como assim? – perguntou todos

- Sensacional! Perfeito, na minha opnião tem que ser assim, DIRETO! – exclamou Manolo

- Então, sempre quis uma paradinha desse tipo. Botar uma musiquinha e ficar com uma mulézinha. Já pensei tanto nisso que até uma vez tinha feito uma playlist uma vez no pc.

- Hahahaha... playlist?! E o que musicas por acaso vem nessa playlist, tá em ordem de metelância? hahahaha – perguntou Rafa

- Então mais ou menos... comecei com “Abre essas pernas” como já tinha dito, daí passei para outra do Velhas Virgens, “Siririca Baby”

- Hahaha e ela, falo nada não?

- Que nada, tava se amarrando. Então a música seguinte era “Me Lambe” do Raimundos... e a gente foi indo né, nos embalos de sábado a noite e com o Rodolpho ditando as regras. Nuh! Nessa parte então, foi que foi indo e indo e indo... até... paro!

- Mas como assim “paro”? Hahaha... não se para, parando – comentou Rafa

- Pois é, paro. Tínhamos antes ido no cinema e visto “Amizade Colorida”, uma comédia que tava me cartaz e tem um momento no filme que o cara foi se empolgando e não aguentou. “Extratizou” na menina. Imagino que pegou trauma com a cena.

- Porra, que merda hein! E ai, como fico a situação? – perguntou o Zéh

- Pau que dá em Chico, dá em Francisco né! Fui pro PC e mudei a musica. Era hora de “Pompem”.

- “Pompem”? Que é isso? – perguntou o Manolo

- “Pompem” do Raimundos... Aquela musica do mosquitinho, não sabe?

- Não to lembrado. Sabe uma parte pra ver se me lembro?

- “Se eu fosse um mosquitinho; Ia te chupar todo dia ia; Ia te morder com carinho; e nadar na molhadinha; e na noite em que você, dormisse só de calcinha; Ia pegar na dobrinha, onde a carne é bem mais macia...”.

- Ah! Hahahaha... Agora to lembro, é muito boa mesmo! – falou Manolo

- Então, desse jeito fui pra hora do mosquitinho. O que é uma beleza, só que nessas horas pra gente não tem vingança né... O que vou fazer, parar? Não tem como né. A música seguinte dizia tudo.

- Que música seguinte? – perguntou Alvinho.
Não muito feliz, e sempre quieto. Estavam todos entretidos com a historinha de MaGá. O que não dava muita alegria pra ele, já que a história dele a esse ponto j´[a tinha virado introdução de livreto.

- Voltei pro Velhas Virgens, “O Que a Gente Quer”.

- HAHAHAHA muito boa essa deles também! “e o que é que a gente quer? A gente quer fuder! E o que é que a gente quer? BU.CE.TA, buceta!!”  Todas são muito boas né. – lembrou Zéh

- Pois então, então foi né... Depois dessa entrou, “Vocês não sabem como é bom aqui dentro”. Realmente, excelentemente bom lá dentro.

- E acabo a playlist e acabo tudo? – perguntou Rafa

- Pô! Depois daquela, foi um pout-pourri danado rapaz! Só sei que foi assim e tudo muito bom.

- Então, é isso. Acabou? Foi realmente por ai? E que loira é essa, nem nome tu sabe. E sua amiga, Cacá? Quem é? – perguntou Alvinho.
Como se fosse um inspetor de policia, interrogou MaGá para que ele confessasse que tudo era uma mentirinha pra fazer sua história na noite de Débitos que deveria ser dele. MaGá sem muito saber o que dizer apenas foi dizendo que era assim mesmo.

- Ué, foi! To te dizendo, a loira é a Lorá. Foi assim que fui apresentado e minha amiga é uma amiga minha aí que estudou uma vez comigo.

- Ta bom. Bem conveniente né. Quem quiser acreditar, acredita. Mas do jeito que tu falo, com todo respeito, posso duvidar né.
O clima deu uma pesada, o pessoal ficou meio esquisito. Tava todo mundo muito feliz e rindo com a história de MaGá, mas como Alvinho boto as coisas, o pessoal meio que ficou na duvida mas também não queriam que o clima ficasse daquele jeito. Até que toca a campainha. Excelente momento, pra quebrar o clima ruim na casa. Manolo foi atender. A Galera escuta a voz de uma mulher.

- MaGá tá por ai?

- Só um minuto. MaGá tem uma loira aqui te procurando. – diz Manolo, meio que perplexo com tamanha coincidência.

“UFA! Valeu, te devo uma” pensa MaGá olhando pro teto.

- Opa, fala aí Lorá. Como você tá? Esses são meus amigos. O que você pede?

- Oi gente. Então, to com a Cacá aqui embaixo. Bora tomar uma no quiosque?

- Ah, já é! Manolo tu vai ficar hoje aqui né? Então, volto mais tarde. Galerinha valeu, falo com vocês depois. Inté Alvinho.

Sai a loira e MaGá vai indo logo atrás, mas antes de fechar a porta ele bota só a cabeça pra dentro da sala e diz antes de ir.

- Vocês não sabem como é bom aqui dentro! – finalizou com um sorriso no rosto.

A galera começa a rir e zoar com a cara do Alvinho, que também não resiste e rir da tamanha coincidência. O clima de guerra-fria acabou pra entrar um clima de zoação e assim continuar as historias, só que dessa vez sem MaGá. Vai que pro próximo mês ele tem uma história de verdade sobre essa noite.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Nos alucinógenos, MaGá e o Lança

MaGá nunca acreditou muito nos efeitos das drogas, sempre achou que era coisa da cabeça de quem usava, de tanto querer sentir alguma coisa o cara acabava viajando.
Um dia indo pra uma festa com seus amigos MaGá vê um de seus amigos pegando alguma coisa parecida com um desodorante no porta-luvas e passando pra trás.

- Olha aí, Manolo, segura essa hoje!!!

- Hehehe, que maravilha Jôjo

“Mas que merda é essa?”

- Eae MaGá, tu vai também né.

- Mas o que é isso?

- É lança porra!

“Tipo a música da Rita lee?”

- Pô cara.. Não fico doidão não, acho que isso é besteira, coisa da cabeça de vocês

Pra quê falar isso... Jôjo não se agüenta, claro, ele gosta muito, usa muito, fica doido muito e ainda tem que escutar isso.

- Como é que é? Porra! é hoje que tu vai ficar doidão.

MaGá solta um sorriso por dentro, apesar de não acreditar muito ele ta curioso pra saber como é que é. Chegando no estacionamento da festa Jôjo pega o lança e passa pro MaGá.

- Vai, puxa aí essa parada logo que hoje tu vai ficar doidão e quero ver tu repetir aquilo

MaGá então, bota a boca na ponta do tubo e faz o que acha que é puxar. Então depois de todos usarem é hora de entrar na festa, mas MaGá entra sentindo nada e até comenta com Manolo.

- Pô Manolo, to sentindo nada não, ta sentindo alguma coisa?

- Relaxa, deve ser porque é sua primeira vez e não ta acostumado, depois tu começa a sentir.

Beleza então, dentro da festa MaGá só ta esperando Jôjo aparecer pra poder experimentar um pouco mais e sentir alguma coisa. Enquanto isso ele vai pro bar pegar uma cervas e tentar desenrolar com uma menininha, até que Jôjo aparece reclamando muito.

- Porra, os seguranças acharam e tomaram meu lança

“Que merda! Tão querendo acabar com minha noite, ninguém merece”

- Pô, também não tinha como entrar com aquilo escondido, eles iam achar. Tu escondeu onde?

- Botei nas calças né cara!

- Aí tu também ta forçando né, viro cavalo?! Como os caras não iam perceber na hora da revista?

- Porra, acha que sou idiota? Botei atrás né

“Hãm?!!”

- Como assim? Idiota não, bem estúpido isso né... Melhor ser idiota do que esconder um tubo de Rexona na bunda né!?

- Deixei ali, entres as pernas e tals poh!

- Não, não fala não! Ainda bem que eles pegaram essa merda, eu que não ia querer meter a boca naquilo.

“Isso que é ser viciado, esconder um tubo de rexona na bunda?! Parecendo mulher de presidiário tentando botar celular pra dentro de presídio”

- Foi entre as pernas porra, já falei

- Cara, na boa isso pra mim não faz a menor diferença... Quem se deu bem foram os seguranças né, vão ter algo pra se divertir no churrasquinho deles

- Ta maluco? Quebrei aquela merda, vou ficar sustentando vicio de segurança malandro?!

“Hahaha, um viciado sujo falando de um outro mal-lavado... ta de sacanagem!”


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Motorista do 629


Era sexta-feira e MaGá resolveu passar o final de semana na casa de seu amigo Alvinho.


Quando chega ao ponto final do ônibus que leva pra casa de Alvinho, ele resolve esperar o próximo ônibus no bar do lado vendo um jogo. 

MaGá percebe que ta demorando mais que o normal, mas pra ele tudo bem, ta vendo o jogo e ta de boa com a situação. 

Quando percebe que já tem gente entrando no ônibus ele entra e senta na frente, o que não é de costume, mas pra poder continuar vendo um pouco do jogo senta ali mesmo. 

Passado alguns minutos entra o motorista e falando com o fiscal do ônibus. 


- Pode deixar, to sabendo já! 

- Então tá tranqüilo, né?! Se quiser pode ficar pra próxima, tem menos movimento 

- Que nada, uma hora a hora chega né 

- Então tá bom, boa viagem então 


MaGá nem reparou na conversa, tava focado no jogo que passava na TV, só se deu conta quando o motorista deu um "boa noite" pra ele. 


- Boa noite, Jovem!

- Opa, Boa!  


“Boa noite!? Esses carinhas à essa hora tão tudo ignorante, doido pra ir pra casa” 


Passado alguns metros, sem a TV pra ver o jogo MaGá resolve ligar o rádio do celular. O motorista parece querer conversar e nada melhor que um fone de ouvido pra se fazer de maluco e não dá papo.


- Aí, amigo, entro nessa à direita ou é na outra depois do posto? 


MaGá não entende nada e se faz de maluco, até porque não conhece nada e tá tentando ouvir o rádio.


“O que esse cara tá falando, como é que eu vou saber” 


- Pô amigo, sei não, não sou daqui. 

- To achando que é depois do posto mesmo. 


Claro, isso porque a entrada que ele deu como primeira opção já tinha passado. Depois de seguir o caminho que restava, o motorista resolve dá uma explicação, e MaGá com o fone no ouvido não adiantou pra nada.


- Pô, é que sou novo na companhia, to vindo de Macaé e não conheço nada dessa rota. Sabe como é, ta difícil conseguir emprego e não tinha como negar.


MaGá apenas solta um riso no canto da boca, não ta acreditando né. No fundo ele escuta uns murmurinhos vindos do fundo do ônibus, claro, nem ele e nem ninguém acreditava no que tava ouvindo. Como assim um cara que não sabe pra onde está indo, tá dirigindo um ônibus.


- Aí amigo, sabe como faço agora? Entro nessa ou na outra, não to lembrando de jeito nenhum. 

- Não sou daqui, não tenho como te falar nada.


Disse MaGá que se fazendo de maluco olha pra janela e volta TENTAR escutar o rádio. Até que alguém se prontifica e grita do fundo. 


- Motor! Tu tem que retornar ali na direita e segue aquele ônibus ali. 

- Esse aqui? 

- É, esse aí mesmo. 

Seguindo a viagem, MaGá se irritava a cada ponto. O motorista não sabia onde ficavam os pontos de ônibus e parava fora de quase todos. Isso porque quando não parava fora, não parava, já que seguia o ônibus da frente.

Coitado é do povo no ponto de ônibus, o doido do motorista deixou vários para trás e quando pegava já assustava. Teve uma senhora que já antes de entrar pediu uma informação.


- Dá licença, o senhor sabe dizer se passa no Shopping Carioca? 


O doido do motorista vira para trás e pergunta gritando. 


- AÍ, ESSE ÔNIBUS PASSA NO SHOPPING?!! 


Coitada dá senhora, levou um susto e MaGá fica louco. 


“Como assim se passa? Porra, esse ônibus é seu, tu que é o motorista doido!!” 


Até que um coro ecoa do ônibus dizendo que sim e o motorista cara de pau responde pra senhora que sim, como se ele soubesse de alguma coisa. Assustada ela entra e fica vendo um motorista que deveria saber pra onde está indo rindo e pedindo desculpa.


- Desculpa minha senhora, sou de Macaé e hoje é minha primeira vez como motorista nessa rota e não sei muito bem das coisas. 


“Como assim um motorista diz na cara de um passageiro que não sabe pra onde ta indo, e que é sua primeira viagem como motorista?!!” 


Mas pra sua sorte a casa de Alvinho tava chegando e ele logo iria se livrar desse maluco. Mas nem tudo são rosas, né? O retardado não leva a risca o “seguir o ônibus” e entra na rua errada. 


“Porque o cara não deixou pra ir mais tarde, ou nenhum maluco foi auxiliando o maldito... Poh, GPS ta na moda!” 


- O MOTORISTA! NÃO ERA ESSA RUA NÃO.


Grita um dos passageiros


- Pô meu, mas não falaram que era pra seguir o ônibus. E agora!?


“E agora!? Não acredito que essas coisas acontecem de verdade!!” 


Isso é culpa desses ônibus novos que não tem mais cobrador, apesar que com essa sorte o carinha também seria novato, tava brabo! Mas por sorte, tinha um coroa ratão no ônibus e resolveu tentar ensinar o monstro um jeito de voltar ao caminho numa rua mais a frente.

Depois de algumas horas de uma ventura indigesta, MaGá chega na rua de Alvinho e dá o sinal. 


- O ponto é aqui?


“E vai ser onde, não dei o sinal aqui!?”


Passa o motorista voado pela rua...


- É, é... pode ser aqui mesmo!


Acabou? Que nada, o motorista soltou o MaGá duas esquinas abaixo do ponto num frio do cacete e quase meia-noite.

Uma coisa boa, MaGá tava livre daquele psicopata, mas o idiota deixou ele longe pra cacete do prédio de Alvinho.

MaGá quando chega, então grita pela janela, Alvinho mora no 1º andar do prédio.


- Joga a chave aí cara, rápido!

- Porra, demoro hein

- É uma longa história, só joga essa chave e abre aí pra mim.

- Pô cara, to sem a chave aqui. Meus pais saíram rapidinho, já voltam

- Putz, que merda!

- Vou abrir o portão da frente e tu espera aí embaixo, é o que tem...


“Que dia! Hoje foi um aborto da natureza... Com certeza hoje matei uma formiga que não devia!”